Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Lulofascismo

por Washington Rocha
rocha100.blogspot.com.br

"Todo mundo sabe que o termo fascista é hoje pejorativo; um adjetivo frequentemente utilizado para se descrever qualquer posição política da qual o orador não goste.  Não há ninguém no mundo atual propenso a bater no peito e dizer "Sou um fascista; considero o fascismo um grande sistema econômico e social".

A citação acima foi retirada de artigo publicado no site do Instituto Ludwig von Mises Brasil por Lew Rockweel, libertário norte-americano e presidente do referido Instituto. No Brasil é assim. Ninguém se declara fascista, mas usar o termo para desqualificar adversários é tática recorrente na luta política. O lulopetismo é a corrente política que mais usa desse expediente, acusando de "fascista" todos os que contrariam seus interesses. Porém, no Brasil, o lulopetismo é o que existe de mais parecido com o fascismo. Aliás, a tática de desqualificação de adversários usada pelo lulopetismo é coisa tipicamente fascista. Por essa e outras, o lulopetismo candidata-se a ser acusado daquilo que, com a mais absoluta leviandade, acusa os adversários; podendo passar a ser chamado de "lulofascismo". 

Vamos a outras. A questão do Estado. É consabido que o Estado forte é eixo da doutrina fascista, como exposto pelo próprio fundador, o ditador italiano Benito Mussolini: "Tudo dentro do Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado". Até hoje, na história do Brasil, três foram os regimes que cultuaram o Estado forte: a ditadura do Estado Novo, de Getúlio Vargas; a ditadura militar; o lulopetismo, no poder desde 2003.

A questão do "chefe carismático". Vejamos dois parágrafos do artigo "Liderazgo de un jefe carismático", colhido na conceituada Revista digital de Historia y Ciencias Sociales:

"Los fascismos trataron de conseguir la armonía social bajo la benefactora acción de un jefe ("duce, führer, caudillo"). Sin su liderazgo, la naturaleza amorfa de las masas desembocaría en el desgobierno y el caos".
[...]

"Ante el líder solo restaba actuar con una fe ciega expresada a través del culto a la personalidad. Además de su papel dirigente, la misión de jefe era servir de guía del pueblo, ejerciendo sobre él una labor benefactora y paternal".

Daí, passamos para uma análise rápida das relações do chefe do lulopetismo com seus seguidores, a partir de um flagrante excepcional, que foram as conversas telefônicas de Lula gravadas na Operação Lava Jato. Essas conversas revelaram, além de afrontas às instituições democráticas, a natureza autoritária, inescrupulosa e debochada do chefe petista. E, ainda mais, revelaram a subserviência dos seus chefiados, que, de modo geral, colocaram-se entre a veneração e o medo; inclusive a presidente Dilma Rousseff. Enquanto, em conversa com a presidente, em tom de voz agressivo, Lula chamava as Cortes de Justiça e o Congresso Nacional de "acovardados", Dilma não reagia; e, como presidente da República, tinha a obrigação de reagir. Um ministro, coitado, se fez de morto para não ter que avalizar as cretinices do chefe. Um outro, dócil, repetia: "É isso! É isso!". Um senador fez juras de amor. Alvos da linguagem chula e ofensiva de Lula, algumas mulheres, geralmente destemidas, não reclamaram, pelo contrário, justificaram as ofensas e continuaram adulando o chefe.

"Il Duce", "Der Füher". O chefe, o líder. Essa é a peça chave dos esquemas de poder personalista. Em torno desse chefe audacioso e inescrupuloso, forma-se um círculo de ferro de subchefes bajuladores que serão tão inescrupulosos quanto o chefe e por ele farão todos os sacrifícios; começando pelo sacrifício da honra. Foi assim com o fascista Mussolini, foi assim com o nazifascista Hitler. O fanatismo bajulatório em torno de Lula é coisa tipicamente fascista. A mentira, a mistificação e a total falta de escrúpulos são armas do fascismo; e o lulopetismo é o agrupamento político mais mentiroso, mistificador e inescrupuloso da história do Brasil. As investigações da Lava Jato vão escancarando o que já se sabia, mas se disfarçava: Lula é o comandante da corrupção, desde o mensalão até o petrolão. Mas os seus bajuladores o compram pela "viva alma mais honesta do mundo". Lula, como se ouviu nas conversas telefônicas, trata as instituições democráticas de forma "indigna e torpe", termos impostos a Lula pelo ministro Celso de Melo, em reação ao insulto que o chefe petista dirigiu à Suprema Corte. Com medo, Lula calou. Nada importa para os fanáticos lulistas, porquanto Lula é o chefe. Essa aceitação incondicional das atitudes e ações do chefe é fascismo puro. A demonização de elites ou supostas elites é coisa tipicamente fascista; e é coisa recorrente no discurso lulopetista. Declarar ódio a determinado grupo ou classe, como fez uma famosa lulista ("Eu odeio a classe média"), é coisa tipicamente fascista. Patrulhar os discordantes é coisa tipicamente fascista. Mentir repetidamente, contra todas as evidências, é coisa tipicamente fascista. Vejamos alguns exemplos das mentiras repetidas pelo lulopetismo. O impeachment, que é instrumento previsto na Constituição, que, com apoio e entusiasmo do PT, já foi utilizado contra outro presidente, Collor de Mello; o impeachment é, agora, chamado de "golpe" pelos desmemoriados lulistas. Alguns milhões de pessoas vão às ruas, de forma ordeira e pacífica, contra a corrupção e pelo impeachment, e os lunáticos lulistas dizem, estupidamente, que são todos "coxinhas", "golpistas", "gente da elite". O discurso da violência e o uso da violência é o que há de mais tipicamente fascista; e o lulopetismo já tem história nessa prática. Lembrem que o nº 2 do lulopetismo, ora na prisão, inflamou seus partidários dizendo, sobre os adversários, que eles tinham que "apanhar na rua e nas urnas", no que foi atendido, sendo o então governador Mário Covas, doente de câncer, a vitima do espancamento. Lembrem que, recentemente, um lulista graúdo, dirigente sindical, no Palácio do Governo, ao lado da presidente da República, incentivou o uso de armas para resolver a questão do impeachment. Tem muita coisa para lembrar na seara da violência lulopetista. Enfim, foi pela prática que o lulopetismo foi se aproximando daquilo que, no Brasil, é o que mais se parece com fascismo. Sintomaticamente, dia desses, o próprio Lula chamou para si um símbolo muito associado ao fascismo: a serpente. No caso, a jararaca, cobra das mais peçonhentas.


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