Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Reações ao artigo DESOBEDIÊNCIA CIVIL: uma interessante análise anti-romântica da Professora Sônia van Dijck e o desaforo de um idiota neoplatônico

O post anterior, propondo DESOBEDIÊNCIA CIVIL, está com número acelerado de visitas e repercutindo. Eu divulgo alguns posts na minha lista de endereços eletrônicos, foi o caso deste. Ao meu e-mail (rochealves@yahoo.com.br) chegaram 2 comentários, que poderiam ter sido feitos na área própria do Blog. De todo modo, reproduzo-os abaixo, tal e qual. Da Professora Sônia van Dijck, uma análise anti-romântica muito interessante, que enriquece o debate; e vejam que a Professora discorda fortemente da minha proposta.  A outra é apenas um desaforo de um idiota neoplatônico (no e-mail dele tem "neoplatonismo", coitado do velho Platão), com tons de ameaça típicos dos puxa-sacos lulopetistas mais afoitos e mais covardes; daqueles que bajulam ditaduras asquerosas.


Eis a interessante análise anti-romântica da Professora Sônia van Dijck:

"Desculpem-me pela total falta de romantismo para embarcar em tal proposta de “desobediência civil”.
Antes de continuar: 1) levo muito a sério a desobediência civil; 2) conheço os movimentos históricos de desobediência civil e sei de suas vitórias.
Mas, voltando a minha falta de romantismo.
Temos o PT, com sua proposta de permanência no poder. Não dá para levantar propostas românticas e espontaneístas tipo “desobediência civil” sem levar em conta o contexto histórico: Brasil 2015 sob domínio do PT.
Não há grandes semelhanças entre a cobrança de impostos pagos pelos colonos americanos pelo chá e o sistema de tributação brasileiro. Para não pagar imposto do sal, Gandhi levou os indianos a produzir seu próprio sal – como vamos, no século XXI, produzir nossos combustíveis (gasolina, disel) para fazer nossos veículos andarem? – não é possível optar por andar de carroça (aliás, nem temos burros e cavalos para transportar todos os brasileiros para a escola ou para o trabalho); como vamos produzir nossa energia elétrica para não pagarmos as altas tarifas públicas? – não dá para propor voltarmos ao candeeiro; como vamos produzir carne, feijão, arroz, leite, pão, para não pagarmos os altos impostos que incidem sobre esses produtos? – não é possível pensar em criar bois e vacas na entrada do condomínio – e que não se pense que o pequeno produtor rural pode produzir alimentos para sustentar cidades como São Paulo, Rio, Salvador, Recife, Fortaleza, João Pessoa, por exemplo; como comprar alimentos sem pagar impostos? E, principalmente, como não pagar IMPOSTO DE RENDA??? – para muitos, vem descontado na fonte.
No tempo dos colonos americanos e no tempo de Gandhi, os mecanismos sociais e as relações com o estado eram bem diversas do Brasil de hoje – 2015. Os mecanismos de cobrança de impostos eram bem diferentes.
Um exemplo: o imposto contido em uma ligação telefônica é estupendo. Dá para adotar a desobediência civil e não pagar tal imposto? – salvo se deixarmos de usar telefones fixos e telefones móveis (celulares) e voltarmos ao tempo de mandar recado ou missivas por um fâmulo (figura muito presente nos romances do século XIX), pois se mandarmos cartas pelo correio estaremos pagando altos impostos.
Mas, porém, todavia, contudo e como não quero me alongar nesta conversa que não leva a nada, falta, no Brasil de 2015, a liderança para desencadear a desobediência civil – nos termos propostos abaixo.
Para falar a verdade, no Brasil de hoje - 2015, há centenas (talvez milhares) de lideranças da desobediência civil: os líderes do MST, do MTST defendem a proposta da desobediência civil, na medida que não respeitam a propriedade privada garantida pela legislação; todos os que atravessam o sinal vermelho fazem desobediência civil – alguns matam ou invalidam algumas vítimas de sua desobediência ao estatuto legal em vigor; todos os que dirigem após ter ingerido álcool fazem desobediência civil e muitas vezes também fazem vítimas que sempre andaram de acordo com a obediência civil.
Vejamos um quadro realista Brasil 2015: para essa conversa toda, estou em um imóvel urbano (IPTU – TCR); uso energia elétrica (tarifa de energia); uso um computador (imposto sobre produtos eletrônicos – que o governo PT acaba de aumentar a alíquota); hoje – para chegar até esta hora – tomei café da manhã, almocei e jantei (impostos sobre todos os produtos consumidos para me alimentar); para poder pagar todos impostos (aqui superficialmente mencionados) preciso ter alguma renda (IMPOSTO DE RENDA) – sonegar imposto é crime (desobediência civil), com as consequências previstas na Lei. Qual é, então, a proposta de desobediência civil? – não pagar imposto sobre o pão? – plantar o trigo, produzir a farinha e fazer o pão? Não pagar imposto sobre combustíveis? – andar a pé, de carroça ou a cavalo?
Mais do que a inadequação da proposta foi a ingenuidade de seu romantismo fora de época que me fez lorotar todos esses argumentos para dizer que sou contra propostas espontaneístas, que não levam em conta o contexto histórico e buscam lições do passado de outros povos como se pudessem ser transplantadas, sem considerar o tempo histórico, o contexto político (não somos mais colônia desde 1822), o contexto econômico, a vida urbana do século XXI, entre outras variáveis.
Nunca me impressiono com citações de aparência erudita. Na verdade, pouco faço citações. Os autores citados formularam seus pensamentos, suas ideias, suas proposições políticas e ou filosóficas em contextos históricos, sociais, políticos e econômicos bem diferentes do Brasil PT 2015.
Não quero me alongar a ponto de ser mais inconveniente do que estou sendo. Talvez, a melhor proposta de desobediência civil fosse o voto NULO nas próximas eleições – porém não estou formulando tal proposta porque sei que falta LIDERANÇA para tanto – por aqui, não temos os “fundadores da pátria” que se rebelaram contra o imposto sobre o chá; não temos Gandhi com sua ideia de produzirmos nosso próprio sal e tecermos o pano com que nos cobrimos para sair à rua; também não há quem proponha sonegarmos Imposto de Renda e cometermos fraude contra a Receita Federal (isso é coisa dos mensaleiros e dos envolvidos no petrolão).
Pois é. Não dá para falar em desobediência civil usando computador/internet – se os impostos não forem pagos, não haverá conexão para divulgar a proposta. Sem pagar a tarifa da energia elétrica (desobediência civil) não dá para divulgar a tal “desobediência civil” (celulares e tablets também são recarregados na rede elétrica).
Volto a pedir desculpa – sei que fui inconveniente. É que não me calo diante de espontaneísmos e romantismos; fazer política com tais propostas é conceder a vitória ao adversário.
Permito-me cometer um plágio: o espontaneísmo é a doença infantil do revolucionário que não pensa, não analisa o contexto histórico.
NOTA: disse Lênin: “o esquerdismo é a doença infantil do comunismo” (1920). Ao cometer o plágio, inverti o sentido do dito de Lênin. Parece que o PT, com suas propostas de ajuste fiscal, continua fiel a Lênin, em 2015. O mesmo posso dizer da proposta de “desobediência civil” no Brasil 2015 – ainda que o autor da proposta discorde. Não se pode, contudo, negar que a “desobediência” de Trotsky só serviu para consolidar Stalin no poder.
Quero ver o PT fora do poder. Mas, isso precisa ser alcançado rigorosamente dentro da Constituição.
Levarei a sério as discordâncias de minha opinião.
Sônia van Dijck".


Agora, eis a asquerosa resposta do puxa-saco lulopetista idiota chamado "neoplatonismo".

"Lamentável golpista, já pedi uma vez e peço de novo que exclua meu email de suas mensagens asquerosas. Nunca lhe dei esse direito. Deixe-me de fora de sua burrice!! Vá estudar!
Fica avisado o idiota!".
 Com a participação de pessoas inteligentes e de cretinos afoitos, esse debate vai ficando bom. Certamente, respostas enviadas ao meu e-mail (rochealves@yahoo.com.br) serão bem vindas; mas se puderem ser feitas diretamente na área de comentário do Blog, será melhor.

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