Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O discurso histórico de Aécio contra a hegemonia totalitária do PT: ou, a besta-fera gramsciana está solta, é preciso metê-la na jaula

Em resolução de 03/11/2014, a direção nacional do PT escancarou seu projeto de hegemonia totalitária. Nada mais deve o PT ao totalitarismo bolchevista ou ao totalitarismo fascista. O modelo da hegemonia petista é o "Moderno Príncipe", leviatã parido pela mente fértil e febril do comunista italiano Antonio Gramsci. Esse "Moderno Príncipe", saibam, é o "Partido" - para Gramsci, o Partido Comunista; no caso brasileiro, o PT -, ente coletivo ao qual todos os indivíduos deverão se subordinar intelectual e moralmente. Essa sandice de Gramsci tornou-se moda no Brasil, mas, seguramente, noventa por cento dos gramscianos brasileiros não leram Gramsci, absorvendo por contágio epidêmico e repetindo automaticamente termos gramscianos: "hegemonia", "hegemonia cultural", "intelectual orgânico", "bloco histórico", "guerra de posição", "Moderno Príncipe", etc. Termos com que Gramsci não esconde seu fanático despotismo, seu delírio totalitário ainda mais feroz do que o de Lênin, Stálin, Mussolini ou Hitler. A grande maioria dos gramscianos com quem tenho conversado - tudo gente boa - não faz ideia disso e acha que Gramsci é uma espécie de renovador do marxismo dogmático no sentido de uma fórmula democrática que, agora sim, vai dar certo e libertar a humanidade. Quem tiver tempo e estômago para ler a obra gramsciana - especialmente "Cadernos do Cárcere" -, ficará desiludido. Ou talvez baste esta famosa revelação da besta-fera gramsciana:

“O Moderno Príncipe, desenvolvendo-se, subverte todo o sistema de relações intelectuais e morais, uma vez que o seu desenvolvimento significa, de fato, que todo ato é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o próprio Moderno Príncipe e serve ou para aumentar o seu poder ou para opor-se a ele. O Príncipe toma o lugar, nas consciências, da divindade ou do imperativo categórico, torna-se a base de um laicismo moderno e de uma completa laicização de toda a vida e de todas as relações de costume”.

É essa besta-fera que a resolução do PT oferece ao povo brasileiro no rastro da vitória de uma campanha que foi a mais mentirosa, mistificadora e caluniadora da história da República. Vai colar? Acho que não.  Acho que foi imprudência dos aloprados petistas. A imprensa independente, especialmente colunistas e blogueiros como Reinaldo Azevedo, Rodrigo Constantino, Aluízio Amorim, Orlando Tambosi, Ricardo Setti, Augusto Nunes, Dora Kramer, Maria Lúcia Victor Barbosa..., que já metiam o relho e desmascaravam o autoritarismo petista, ganharam munição com a aloprada resolução. Junto-me a eles, não para acrescentar novidades, mas porque, se a mentira repetida funciona (prática dos propagandistas fascistas), a verdade repetida funcionará mais ainda.

A resolução gramsciana do PT não usa a linguagem aberta de Gramsci, mas procura esconder o autoritarismo na moita da linguagem de porco (ou novilíngua, vide "A Revolução dos Bichos" e "1984", de George Orweel), aquela que tudo nomeia pelo termo oposto do que realmente significa. Vejam este pedaço de plataforma exposto na já famigerada resolução:

a) a reforma política, precedida de plebiscito, através de uma constituinte exclusiva;
b) democracia na comunicação, com Lei da Mídia Democrática;
c) democracia representativa, democracia direta e democracia participativa, para que a mobilização e luta social influenciem a ação dos governos, das bancadas e dos partidos políticos.

A reforma política pretendida pelo PT é para encher as burras dos partidos (principalmente o PT) de dinheiro público (muitos bilhões a mais do que já recebem do Fundo Partidário) e perpetuar através do voto em lista fechada o neo-coronelismo lulopetista. Constituinte exclusiva para reforma política, havendo de, inevitavelmente, confrontar o Congresso Nacional, é uma tentativa golpista mal disfarçada.

Na mais pura linguagem de porco, a "democracia na comunicação" pregada pelo PT, e que já foi dita "controle social da mídia", "marco regulatório", etc, é tão somente o restabelecimento da censura dos tempos da ditadura: censura política e ideológica.

A democracia aí chamada "representativa, direta e participativa" é apenas a indicação, sem nenhum acréscimo de originalidade, da fórmula chavista vitoriosa na Venezuela, que levou ao regime fascista hoje presidido pelo podre Nicolás Maduro; regime este que, com a conivência do PT e silêncio do governo Dilma, persegue, tortura e assassina opositores. Essa democracia lulopetista prevê a atuação de conselhos pelegos - treinados, financiados e indicados pelo governo - por sobre o Congresso Nacional e demais instituições da República. Para mal dos pecados dos lulopetistas, o decreto 8.243 da Dilma, com esta novidade bolivariana, já foi derrotado na Câmara e deve ser enterrado no Senado.

A besta-fera totalitária de Gramsci, que habitava a jaula dos cérebros de intelectuais desvairados, foi solta pelo PT, que a adotou por ídolo (talvez prevendo a decadência do chefe-ídolo Lula). Cumpre aos democratas e libertários mandá-la de volta para a jaula. Nesta luta contra a ameaça autoritária, foi de inestimável valia o discurso pronunciado por Aécio Neves da tribuna do Senado na quarta-feira 05 de novembro.  Desde que o PT, com Lula, assumiu a Presidência, nunca um líder oposicionista de expressão nacional e larga representatividade havia enfrentado com tamanho destemor a sanha autoritária do debochado poder lulopetista. O discurso de Aécio, como disse Rodrigo Constantino, foi impecável. Está tendo ampla repercussão e com vídeo disponível em vários blogs e sites. Baste reproduzir o seguinte e fulminante trecho:

 “Precisamos estar atentos aos nossos adversários, que, poucos dias depois das eleições, divulgam um documento oficial ao país que mostra sua verdadeira face: a da intolerância, a da supressão das liberdades, a dos ataques às instituições”.

A Democracia saberá se defender. E até agradece aos petistas aloprados que a avisaram do ataque.













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