Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

domingo, 6 de janeiro de 2013

A sacanagem da Fundação Biblioteca Nacional e a formidável frase de WJ Solha

A Fundação Biblioteca Nacional fez uma sacanagem que indignou o escritor WJ Solha. Vejam só: em um concurso em que só deveriam participar escritores vivos, foi vencedor um escritor morto. Ilustre, é bem verdade, mas mortinho da Silva: Carlos Drummond de Andrade.

Solha deu curso á sua indignação em artigo intitulado ISTO / É / UMA / VERGONHA (publicado neste portal100fronteiras.com.br e alhures). Espantado com a narração de Solha, fui conferir o edital do Concurso/Prêmio Alphonsus de Guimaraens, de Poesia; que é do que se trata. Para maior espanto, uma informação que não consta do artigo de Solha. No edital consta que só se aceitam obras "publicadas no período de 1º de setembro de 2011 a 31 de agosto de 2012" (disponível em www.bn.br). Assim sendo, a premiação a Drummond seria uma falcatrua digna de cadeia. Não querendo crer em tal absurdo, fui ver a Premiação (no mesmo site). Espantem-se:

"Prêmio Alphonsus de Guimaraens

Categoria: Poesia

Comissão Julgadora:
Carlos Eduardo Barbosa de Azevedo;
Francisco Estevão Soares Orban;
Leila Mícollis;

Vencedor: Bernardo Ajzenberg (detentor dos direitos autorais), com a obra Carlos Drummond de Andrade: Poesia 1930-62, publicada pela Editora Cosac Naify".

Bernard Ajzenberg é Diretor Executivo da Editora Cosac Naify. Ganhou o Prêmio publicando poesias velhas do Drummond. Será difícil que perca algum Concurso da Fundação Biblioteca Nacional daqui por diante, nas várias categorias de premiação. Em 2013, talvez escolha a categoria Romance, concorrendo com "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis; uma pedreira para os concorrentes vivos.

Todavia, pode ser que Drummond, lá do Além, via internet, tenha autorizado Bernardo Ajzenberg a inscrever a obra republicada. Isso implica uma notícia ruim: Drummond não está no Céu. Se estivesse não precisaria do dinheiro do prêmio, minguados 12.500 reais. Também não estará no Inferno, pois lá o regime é fechado, sem visita íntima e sem contato com o exterior. Está no Purgatório, onde o regime é semi-aberto e muito esculhambado.

WJ Solha participou do referido concurso com o longo e estupendo poema "Marco do Mundo", um marco na literatura. Eu, particularmente, acho melhor do que qualquer poema de Drummond; mas o prestígio de Drummond é maior que o de Solha, e isso conta na hora da premiação.

Mas vamos à frase referida no título deste post. Uma frase formidável:

"A impunidade está solta e na iminência de receber faixa e coroa de Miss Brasil".

Com efeito, tem uma turma poderosa no Brasil que está glorificando a impunidade: a turma do PT autoritário, cujo comandante é Zé Dirceu. Essa turma da pesada quer botar a militância petista nas ruas para, em defesa de corruptos condenados, afrontar a Justiça e fazer, como diz o chefe, "o julgamento do julgamento" do mensalão. Gilberto Carvalho, ministro de Dilma e serviçal de Lula, afirma que em 2013 "o bicho vai pegar". Rui Falcão, o furioso presidente nacional do PT, repete-se em falas incendiárias em defesa da impunidade dos seus correligionários corruptos graúdos (os corruptos pequenos e os corruptos de partidos aliados que se lasquem). Para garantir a impunidade, a turma da pesada não quer apenas submeter a Justiça, mas também restabelecer a censura dos tempos da ditadura, coisa que eles chamam de "controle social da mídia", "regulamentação da imprensa", "lei dos meios", etc.
Se esses sandeus do autoritarismo juntarem forças suficientes, deverão marchar sobre Brasília. Mais ou menos como Mussolini e seus Camisas Negras marcharam sobre Roma.




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