Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Ricardo Coutinho, os despautérios do Ulisses e o abismo do impeachment

Ricardo Coutinho vem desgovernando sua administração em direção a uma guerra de desfecho previsível; aquele previsto pelo deputado Frei Anastácio. Dito de outro modo, o governador da Paraíba segue o caminho trilhado pelo ex-presidente Fernando Collor: rumo ao abismo. Não é tudo igual, é tudo parecido.  Collor, em certa medida, foi arrastado pelas circunstância. Ricardo não está sendo arrastado pelas circunstâncias, pelo contrário, está forçando as circunstâncias em direção à guerra.

Contudo, o que é previsível, e até por ser previsível, pode ser evitado - e também pode ser apressado-.

Seria fastidioso recapitular os atos belicosos do déspota girassol desde o início do seu reinado estadual. Apenas queremos alertar: ultimamente, o tom agressivo do governador tem ultrapassado os limites de civilidade requeridos dos homens públicos. Pior, esse tom tem sido ampliado pelos girassóis fanáticos, que, de ordinário, são mais realistas que o rei. Vejam o último exemplo (ou penúltimo: antes que eu conclua essa postagem é possível que inquietos girassóis já tenham invadido as redes sociais com novas baixarias): o jornalista Ulisses Barbosa - girassol de acanhado porte, porém dos mais afoitos - tratou o deputado Vituriano de Abreu com a seguinte sem-cerimônia: "Nada me causou mais asco do que ouvir o tal vituriano. Lixo puro"; "A entrevista com o deputado vituriano me causou nojo". Ulisses também não usou de cerimônias para com a própria Assembléia Legislativa: "Acho que esta é a legislatura mais cheia de bandidos que já vi"; "Gangsteres que atentam contra a democracia aludindo a um impeachment".

Quer nos parecer que este girassol menor se espelhou na arrogância e belicosidade do girassol maior.

Deve-se esclarecer aos girassóis açodados que aludir a impeachment não atenta contra a democracia. Porém, ataques caluniosos a instituições do Poder Democrático, configuram crime.

Alusões a um possível impeachment do governador começaram a vazar dos bastidores para o público, inclusive agora, pelo ágil twitter do Ulisses. O impeachment está em perspectiva. Ciente disto, o Governo pode desviar-se do abismo - se prevalecerem as vozes das pessoas sensatas e decentes que ainda o compõem -. Se quiser evitar o pior, o rei-na-barriga Ricardo Coutinho terá de morder a língua, tomar tento e emitir sinais de mínima civilidade, a começar pela desautorização dos despautérios do jornalista Ulisses.

domingo, 29 de julho de 2012

Atendendo pedido: mais versos de Rochinha das Candongas sobre as ruindades de Ricardo Coitim

Um comentarista elogiou o poeta Rochinha das Candongas e pediu que ele fizesse uns versos sobre o episódio do empréstimo da Cagepa, perguntando pra que é mesmo que o governador Ricardo Coutinho quer levantar uma grana tão alta em véspera de eleição. Encaminharei tal pedido quando me encontrar com o poeta, o que não é fácil, porque ele mora por locais incertos e não sabidos. Mas, porém, todavia, contudo e entretanto; puxando pela memória consegui recompor algumas das estrofes com as quais o famoso cordelista animou a feira de Nova Cruz, em tarde memorável, contando as ruindades de Ricardo.
Vamos lá (se a recomposição não for perfeita, o poeta haverá de me perdoar; se acontecer algum pé quebrado, o erro terá sido meu, não dele):

"Cabra malvado e feioso,
Fazendo muito pantim,
Destrata a todo mundo
Com petulância sem fim;
Pior que estricnina
É o Ricardo Coitim.


Cortesia ou humildade,
Não tem um tantinho assim, 
Ele só quer ser as pregas,
Mas já leva no fucim;
Pior que estricnina
É o Ricardo Coitim.


Ameaçou o prefeito,
Que não mais estava a fim
De permanecer capacho
De sujeito tão ruim;
Pior que estricnina
É o Ricardo Coitim.


Persegue a toda gente,
Alegando qualquer fim,
Mas o fim é a maldade
Daquele coração ruim; 
Pior que estricnina
É o Ricardo Coitim".

Sempre cabe avisar que poeta de cordel é bicho danado de exagerado; nem poesia de cordel é coisa para ser entendida como verdade verdadeira e levada ao pé da letra. Já na velha Atenas, o filósofo Platão quis expulsar os poetas da sua cidade perfeita. Os poetas gregos daquele tempo se chamavam rapsodos, e já mentiam muito.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

"Pior que estricnina / É o Ricardo Coitim"

Mote, para quem não sabe, é uma parelha de versos proposta para puxar cantoria de viola. Coisa da poesia de cordel. Os cantadores/versejadores se obrigam a terminar suas estrofes com o mote condutor acordado. Como Todo mundo sabe, tudo que é excepcional termina sendo levado por uma poeta-cordelista para uma cantoria ou um folheto. Como o governador paraibano Ricardo Coutinho é excepcionalmente ruim, um primo meu, poeta lá do Brejo, dia desses, na famosa feira de Nova Cruz, no vizinho estado do RN, estando os amigos cabeça-de-jerimum falando mal dos seus políticos, esse meu primo versejou o mote do título, para provar que em matéria de político ruim a Paraíba tem o campeão. Eu estava lá e guardei de memória algumas estrofes. Vejam se o poeta está certo ou exagerou (aliás, a poesia de cordel é sempre exagerada).

Governante incomparável
Em matéria de ser ruim,
Pior que vidro moído,
Que veneno racumim;
Pior que estricnina,
É o Ricardo Coitim.

Perseguiu funcionários,
Sangrando até o fim,
Perseguiu seus companheiros,
Ficando quase sozim;
Pior que estricnina,
É o Ricardo Coitim.

O Povo num güenta mais
De tanta coisa ruim,
Ricardo só se diverte,
Comendo seu lagostim;
Pior que estricnina,
É o Ricardo Coitim.


O primo fez várias outras estrofes, mas não decorei. O nome dele, por inteiro, ele não quer que diga; mas se assina Rochinha das Candongas. 
E vive só disso: de fazer versos, tomar cachaça e raparigar. Como precisa gastar nestas duas últimas atividades, tem de ganhar algum com a primeira.
Aceita fazer versos por encomenda.




segunda-feira, 23 de julho de 2012

A Carta de Glauce Burity e um possível gesto de grandeza da família Cunha Lima

Uma homenagem deve causar regozijo, não aflições. Está prevista para o ex-governador Ronaldo Cunha Lima uma homenagem de aflições. Alguns políticos e jornalistas pretendem denominar o Centro de Convenções de João Pessoa, ora em construção, com o nome do político e poeta recém falecido. Ronaldo Cunha Lima merece homenagens? Merece: como político e como poeta. Mas que não seja essa.
Eis que a família do ex-governador Tarcísio Burity guarda, já de há tempo, justa expectativa em relação a essa homenagem; porquanto o Centro de Convenções é a coroa de um projeto - Projeto Costa do Sol - concebido e iniciado por Tarcísio Burity, ... e abandonado por Ronaldo Cunha Lima.
Que se tire tal homenagem de Burity e se a dê a Ronaldo, é injusto com Burity e deselegante com Ronaldo. Ora, tendo Ronaldo Cunha Lima realizado tantas obras - quer pela competência de administrador quer pela genialidade de poeta -, por que homenageá-lo em uma obra para a qual não concorreu e até menoscabou?

Até agora, o anúncio da possível homenagem a Ronaldo só trouxe discórdia. Alguns comentaristas já reclamam da politização e partidarização da homenagem; mas esses mesmo que reclamam, sutilmente, tomam partido. Eu estou sendo abertamente partidário. No caso, tomo partido em relação à Carta Aberta que a Professora Glauce Burity faz circular, defendendo que o Centro de Convenções receba o nome de Tarcísio Burity: assino embaixo.

É inevitável que a polêmica do presente carregue a memória para as aflições do passado, levando a que se faça comparação entre a injustiça menor de hoje com a injúria maior de ontem. Ronaldo atirou em Burity, tentou matá-lo. Esse ato de insanidade pode ser, de alguma forma, redimido, mas não pode não ter existido - como pretendem alguns admiradores de Ronaldo -, e virá à tona sempre que lhe derem ocasião, como agora, quando uma homenagem a um parece mais uma provocação ao outro.

No passado também estão os gestos: no leito do hospital, convicto da morte, Tarcísio Burity perdoou Ronaldo e pediu aos filhos que não procurassem vingança. Foi um gesto imenso. Talvez pudesse ser hoje correspondido com um gesto de mínima elegância, mas, talvez, de grande efeito: a família Cunha Lima poderia abdicar da homenagem em questão. Certamente, sabe sua família que a grandeza de Ronaldo é de molde a lhe proporcionar futuras homenagens. Ademais, se fizesse isso, a família estaria atendendo à vontade do próprio Ronaldo. Não convivi com Ronaldo, mas muitos dos que conviveram dizem que era um homem bom. Acredito, pois, embora raro, acontece de pessoas boas cometerem atos de tresloucada violência; e aí está a literatura do gênio Dostoiévski que demonstra tal fenômeno.

Espero esse gesto da família Cunha Lima. Arrima-se essa minha esperança na opinião e convicção de um amigo de Ronaldo, e seu bastante admirador, o jornalista Tião Lucena, que, lá no seu Blog campeão de audiência (5 milhões de visitas - ai que inveja tem, o Blog Rocha 100!) afirmou: "Caso pudesse opinar nesse assunto do nome que se quer dar ao Centro de Convenções de João Pessoa, o poeta Ronaldo Cunha Lima declinaria da homenagem em favor do seu ex-desafeto Tarcísio Burity".    

Tarcísio Burity também foi um homem bom. Com ele, se não cheguei a conviver, tive alguma aproximação. A família desse homem bom não merece ser submetida a constrangimento, depois de ter passado por tanto sofrimento.

Não apenas político e administrador, Burity foi ainda um erudito, conhecedor profundo e amante das artes, especialmente da música, tendo chegado a compor belas peças. Eminente professor de Direito, brilhou na Filosofia Jurídica. Porém, de tudo em que foi grande e notável, o mais significativo, a meu sentir, foi aquele gesto de perdão; que não se há de esquecer.

Até como caminho de pacificação, espera-se o gesto da família Cunha Lima, declinando da homenagem em favor de quem mais a merece. Nomeie-se a obra com o nome de quem a idealizou:

CENTRO DE CONVENÇÕES TARCÍSIO DE MIRANDA BURITY

sábado, 21 de julho de 2012

A Estela não sobe

No post anterior, ao analisar a pesquisa TV Master/IP4, considerei que os minguados 11% de intenção de voto da candidata do PSB a prefeita de João Pessoa, em sendo ela, Estela, a candidata do governador, significavam fracasso. Acrescentei que, pela minha percepção, a situação da candidata laranja-girassol era ainda pior. Pois, saiu hoje - 21/07 - a pesquisa Jornal da Paraíba/Ipespe. Se existe pesquisa comprada, comprei essa. Minha percepção foi confirmada: apenas 7 pontinhos percentuais para Estela.
Estela, de batismo, é Estelizabel. Mudaram para "Estela" por motivos de marketing: Estela é "estrela". E tem aquele famoso filme "A Estrela Sobe". Mandaram bem os marqueteiros. Porém,...ai porém, a Estela não subiu. Nem vai subir. Não o suficiente para chegar ao segundo turno.
Pode-se dizer que a Estela caiu, se a pesquisa Ipespe for comparada com apesquisa IP4, mas os especialistas aconselham a não comparar pesquisas de diferentes institutos. Na análise anterior a comparação indevida foi feita - falando-se de subida acelerada de 5% para 11% - por se tratar da primeira pesquisa Master/IP4 nessas eleições. Agora, devemos levar em conta a pesquisa anterior do próprio instituto Ipespe. Então, a Estela subiu: de 5% para 7%. Todavia, um crescimento insignificante, de forma que, para efeitos práticos, Estela pode ser considerada uma estrela fixa.
Não, a Estela não é uma estrela apagada; pelo contrário, tem um certo brilho: uma beleza exótica, desembaraço, ativismo político-social e muita capacidade de diálogo (aliás, "dialogar" é o verbo que a faz viver). Sendo assim, por que raios a estrela não sobe? Por Júpiter!

Todo mundo sabe a resposta: a Estela não sobe porque tem um rabo de foguete puxando ela pra baixo. Um rabo de foguete presunçoso, enfatuado e arrogante; como aquele foguete do conto de Oscar Wilde, "O Notável Foguete". Vão ler. É muito engraçado.    

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Quadro das eleições em Jampa-PB: a mais simples análise

Toda análise política inclui uma certa dosagem de opinião: a minha é alta. Dito isso, faço minha análise do quadro eleitoral em Jampa, capital da Paraíba.

Três candidatos disputam a ida ao segundo turno, todos de oposição ao governador Ricardo Coutinho. A candidata do governador está fora.
Pela última pesquisa (TV Master/IP4), temos: Cícero Lucena (PSDB) em primeiro, com 26%; Zé Maranhão (PMDB) em segundo, com 24%. Ambos em linha de crescimento. Se não fizerem campanhas estúpidas (coisa que Zé Maranhão fez em 2010), não baixarão da casa dos 20 e irão juntos ao segundo turno.
Em terceiro lugar está Luciano Cartaxo (PT), que, em subida acelerada, chegou a 17%. Qualquer vacilo de Ciço ou de Zé, vai ao segundo turno.
Em quarto vem Estela (PSB), a candidata do governador. Também acelerou, mas chegou a...11%. Sendo a candidata do governador, ou ela é ruim ou o governador é ruim. Eu acho que o governador é ruim. Como Estela depende dele, ruirá.

Análise simples, a mais simples. Mas os números são esses. Eu não acredito nem desacredito em pesquisas, apenas levo em conta. Se batem com minha percepção, confio mais; se não batem, confio menos. Pela minha percepção, a situação da candidata do PSB é ainda pior do que mostra a pesquisa Master/IP4. Fiquemos com a pesquisa.

O jornalista Helder Moura, que não gosta do governador Ricardo Coutinho, apesar de chamá-lo "ínclito, preclaro e insigne", avisa para que não subestimem a Estela. Certamente, a primeira estupidez de uma candidatura estúpida será a subestimação de qualquer adversário, mormente do adversário principal. Mas também a superestimação, que parece medo, não convém. Por exemplo: o rei-na-barriga Ricardo disse que Estela ia engolir Zé e Ciço nos debates. Cartaxo tomou as dores e respondeu: "a mim ela não engole". Resposta certa. Estela não engole Cartaxo nem engole ninguém. É uma oradora mediana, debatedora mediana.

Pode haver surpresas? Claro que pode. Aliás, sempre há. Mas elas podem vir do pelotão de trás, comandado por Lourdes Sarmento (PCO), que tem pouco mais de 1%, seguida por Antonio Radical (PSTU) e Renan Palmeira (PSOL), que têm pouco menos de 1%. Eu apostaria em Renan. Acho mais fácil ele ultrapassar Estela do que Estela ir ao segundo turno.  

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Mandela, a Anistia ubuntu e a Anistia brasileira

Antes de tudo, SALVE MANDELA! LONGA VIDA!
Ontem, 18 de julho, Nelson Mandela, o maior estadista vivo do mundo, fez aniversário: 94 anos. Com ele, faz festa a Liberdade.
Como o mundo viu, foi difícil a construção da democracia na África do Sul. Na imensa tarefa que Nelson Mandela comandou, o mais difícil terá sido a reconciliação nacional. Tal só foi possível através da mais ampla e generosa Anistia da história, que ficou conhecida como Anistia ubuntu. 
No Brasil também foi concedida uma Anistia ampla e generosa, que promoveu a Reconciliação Nacional, garantiu a Vida e a Liberdade, abriu o caminho da Redemocratização.
Pois, está em curso uma campanha para invalidar retroativamente a Anistia brasileira. É como se, lá na África do Sul, estivessem em campanha para desfazer a obra construída pelo povo sul-africano sob a liderança do Presidente Mandela.
Não será o caso de que, aqui e agora, fale longamente sobre o tema; porque já o fiz: em livro que está virtualmente disponível no Portal 100 Fronteiras e que será lançado, à moda antiga, pela Editora Sal da Terra (02 de agosto, às 18 horas, em O Sebo Cultural, João Pessoa/PB).


segunda-feira, 16 de julho de 2012

O corajoso artigo de Gelza Rocha, a perseguição religiosa do Estado laico e as dificuldades dos anticristos

Um excelente artigo de Gelza Rocha intitulado "Estado Laico. E Daí?", publicado em sua coluna aqui no Portal 100 Fronteiras, leva-me a retomar a questão do Estado laico e perseguição religiosa. O corajoso e desafiador artigo de Gelza trata do autoritarismo laranja-girassol, especificamente do veto do governador Ricardo Coutinho à celebração de Missas e outros cultos religiosos em solenidades do Governo. Eu enfocarei a questão em âmbito nacional.

 Tem o Estado laico, que é uma coisa boa. E tem a perseguição religiosa promovida em nome do Estado laico, que é uma desgraça. No Estado laico, nenhuma religião em particular pode prevalecer sobre o interesse público. Mas vejam, esse Estado laico nasceu junto com a liberdade de religião; esta e aquele são produtos da mesma generosa fonte iluminista. Perseguição religiosa em nome do Estado laico ocorreu, por exemplo, na Rússia stalinista e na Alemanha nazista. Isso ocorre, ainda hoje, na China Continental, onde a ditadura do Partido Comunista persegue, prende, tortura e mata adeptos da doutrina Falun Gong. Essa mesma ditadura, no Tibete, persegue a religião budista e esmaga a nação.
É verdade que a religião católica, "nos antigamentes", foi muito perseguidora. Hoje não é mais. Pelo contrário, católicos (e cristãos de várias outras igrejas e denominações) têm sido duramente perseguidos em várias partes do mundo. O termo "perseguição religiosa" refere-se, usualmente, a perseguição de uma religião sobre outras ou sobre seus dissidentes. Porém, uma perseguição feita sobre qualquer religião em nome do Estado laico será também perseguição religiosa. O Estado laico é bom, a perseguição é uma desgraça, quer tenha origem laica ou religiosa.

A desgraçada perseguição religiosa em nome do Estado laico está chegando ao Brasil. Em curso, uma campanha cretina para arrancar dos locais públicos todo e qualquer símbolo religioso. Como o Brasil é um país de tradição cristã e de ampla maioria cristã, tal campanha se torna, objetivamente, uma campanha anticristã.  Os anticristos obtiveram já uma importante vitória no Rio Grande do Sul, onde um tribunal, por decisão interna-corporis, arrancou o crucifixo que estava na sua parede havia bem 100 anos.

Esse desejo de faxinar símbolos religiosos não é de hoje, foi, inclusive, embutido, durante o segundo governo Lula, no chamado PNDH3 por petistas totalitários e a turma do "politicamente correto"; juntamente com o restabelecimento da censura dos tempos da ditadura. A peça não vingou porque a reação foi grande. Tal reação, inclusive, levou o Presidente Lula a dizer que tinha assinado a porcaria por engano, sem ler.
Mas os anticristos não se deram por vencidos, a campanha contra Cristo e a favor da censura continuou, sempre por formas sinuosas.

Se forem vitoriosos, os cretinos totalitários politicamente corretos terão um trabalho danado, tanto para censurar quanto para levar a cabo a tarefa de demolição dos símbolos cristãos.
O Brasil tem uma tradição cristã - principalmente católica - secular, desde que Pedro Álvares Cabral aqui aportou e o Padre Manuel da Nóbrega rezou uma Santa Missa. Tem, por esse Brasil afora, em locais públicos, símbolos cristãos que não acabam mais.
Arrancar crucifixos das paredes até que será fácil. Mas, demolir capelinhas em hospitais; isso será feito sem receber reação?
E as tantas estátuas de Frei Damião que tem em muitas cidades da Paraíba, inclusive uma bem grandona em Guarabira; vão ser derrubadas sem que ninguém reclame?
Aqui na capital, ao lado da catedral, tem uma linda imagem de Nossa Senhora. A catedral, eu acho que fica, mas a Santa Virgem Maria terá de ser expulsa dos olhos públicos (talvez se permita que seja recolhida ao ambiente interior da igreja, evitando-se a injúria das marteladas).
Na vizinha cidade de Santa Rita, o prefeito Marcus Odilon mandou erguer uma grande estátua à doce santa que dá nome à cidade e, segundo os fiéis, a protege. Quando os anticristos forem derrubar a Santa Padroeira, os fiéis santarritenses não irão protestar?
No vizinho estado do Rio Grande do Norte, a mesma Santa Rita de Cássia protege a cidade de Santa Cruz. Lá, o ex-prefeito Tomba mandou erguer uma estátua  maior do que a da cidade de Santa Rita-Pb; e, dizem, ainda maior que a do Cristo Redentor. Ainda não vi, mas vou lá para poder acreditar. Vou correndo, antes que os anticristos a derrubem.

Seguramente, os demolidores de símbolos vão correr certo perigo quando forem mexer com São Jorge, santo protetor dos bicheiros, uma turma barra pesada.

Também, quando os anticristos forem dinamitar, lá em Juazeiro do Ceará, a estátua do Padre Cícero Romão Batista, o Padim Ciço da devoção milhões de sertanejos, romeiros, jagunços e cangaceiros; aí a coisa pode feder.

Porém, o maior desafio dos anticristos será a implosão do Cristo Redentor, lá no Rio de Janeiro; já pela popularidade do monumento, já pela engenharia requerida. Será uma implosão de repercussão internacional, provavelmente adversa, e muito adversa. Todavia, tarefa imprescindível aos decretos da perseguição laica, por ser o Cristo Redentor o mais famoso símbolo cristão do Brasil; incorreta e ofensivamente erguido em lugar público, e super público, porque de toda a cidade se vê o Cristo. E quem vai chegando de avião já vê de longe.

O Cristo Redentor sempre me deslumbrou; nunca imaginara, ignorante que sou, que fosse um monumento politicamente incorreto. Tem de ser derrubado. Para realizar a contento a dificultosa tarefa, os totalitários corretos do Brasil poderão contar com o know-how dos camaradas talibãs, que, lá no Afeganistão, mandaram pelos ares várias estátuas de Buda.



sexta-feira, 13 de julho de 2012

WJ Solha e o Marco do "Marco do Mundo"

W. J. Solha é um gênio. Escrevi isso mais de uma vez e ele não gostou. Que é que posso fazer?
Faz tempo - eu já considerava o romance Israel Rêmora uma obra-prima, mas nem sabia que Solha era pintor -, estando a perambular pela Reitoria da UFPB, deparei-me com uma exposição de quadros de Solha retratando personagens de Shakespeare: em se tratando da arte da pintura, foi o maior impacto artístico da minha vida. Recentemente, Solha publicou no excelente ELTHEATRO.COM uma longa série de ensaios intitulados "Breves e Ilustradíssimos" (ou "Brevíssimos e Ilustrados", uma coisa assim); nem todos breves, mas todos geniais. Ensaios artístico-filosóficos de espantosa erudição, sem similar no Brasil.
Genialidade na Paraíba, aliás, não é coisa rara; e Solha é paraibano, de Pombal, embora tenha nascido em São Paulo.
Admirador e fã, tenho, não obstante, implicado com uma determinada intenção filosófico-literária de W. J. Solha: a desconstrução do cristianismo. Tal implicância se explica facilmente pelo fato de ser eu um cristão devoto e fervoroso. Porém, o que é difícil de explicar é o seguinte: apesar de pretender desconstruir o cristianismo, a maior e melhor parte da obra do angustiado gênio de Pombal é repassada, ou transpassada, por genuíno espírito cristão; se não a fé e a esperança, pelo menos a caridade.

Parêntese: embora a angústia seja tema recorrente na sua obra (daí o epíteto acima referido), Solha não é, de fato, um angustiado. Também não é doido. Esse, aliás, é o único possível motivo para se desconfiar da genialidade de Solha, porquanto os gênios, de ordinário, são abilolados e sofrem horrores com a chamada "angústia existencial".

Todavia, embora sereno, equilibrado, ponderado e lógico, o Anticristo de Pombal teve lá, um dia, sua agonia. E recebeu a visita de, vejam só...: Jesus Cristo; em pessoa.
Pior do que Tomé, um teimoso rude, o sofisticado intelectual marxista não acreditou no que seus olhos viram.
Isso faz tempo. Voltemos aos dias de hoje.

Acabei de ler, e reler, o mais novo livro de Solha, um longo poema intitulado Marco do Mundo. Esplêndido, mas é preciso alguma erudição para entendê-lo. Eu fiz o que pude.
Já de início, Solha estabelece a grandeza do "Marco do Mundo" citando os maiores poetas-cordelistas do Mundo: João Martins de Athayde e Leandro Gomes de Barros.
Diz Solha: 


"No Marco do Meio do Mundo, de 1915, Athayde concebe uma torre de cujo cume se avista


São Paulo e Rio de Janeiro
a Italia e Allemanha
Suissa, França e Hespanha
Portugal sendo o primeiro.


Leandro Gomes de Barros, em Como Derribei o Marco do Meio do Mundo, diz, lá pelas tantas:


A pedra que forma o arco
Tem tres léguas de grossura
Entrou na areia do mar
Dois mil metros de fundura
E da flor d'água p'ra cima
Tem vinte léguas de altura."

Aí, o poeta de Pombal inicia seu próprio poema com uma elegante declaração de modéstia que abre um oceano de erudição e genialidade:

"Abre-se o abismo de pedra e susto
e,
de cristal e prata,
duzentas e setenta cataratas,
como as de Foz de Iguaçu, na Garganta do Diabo,
cavam, sem problema, a fundação do poema,
com grande largura,


...mas sem descer cem metros no chão da literatura".

Certamente, não vou transcrever o poema inteiro. Quero apenas dar a ideia, o clima, a grandeza do Marco do Mundo que Solha pretende construir, ou descobrir. Para, enfim, chegar ao ponto que mais me interessa.

Pelo que entendi (já disse que o poema é erudito e complicado), o poeta descreve a construção civilizatória do Mundo e põe como Marco do Mundo, sabem quem? Pois é..., Jesus Cristo.

Lá está, pelo meio do livro, mais claramente da página 43 à página 51, a Paixão do Cordeiro de Deus.

Como na página 45:

Aí,
os envolvidos na construção do Marco vêm, fascinados
de todos os lados,
ver a Paixão,
que chega ao vivo,
[...]

Ou na página 49, continuando na 50:

Aí,
a mãe não aguenta o sufoco,
a cena recua,
sente-se um...oco,
a Nau dos insensatos passa - de surpresa - ante ela,
velas acesas,
e um rio flui
ao sol,
cheio de lantejoulas,
e o mar
quase ar,
sob o céu,
quase véu,
tem um pássaro que se fecha em flecha de mergulho,
em julho.

Lá para o fim tem uma referência ao "Natal do Sol Invicto" e o poeta diz que o "Sol é a Luz do Mundo".
Bem, o "Sol Invicto" foi um deus para um Anticristo mais antigo, Juliano Apóstata, Imperador de Roma que, no séc IV, tentou extinguir o cristianismo para fazer ressurgir os deuses olímpicos.
No magnífico romance A Morte dos Deuses (de Dmitri Merejkowski, um gênio russo da estirpe de Dostoiévski), o sacerdote pagão Máximo diz ao Imperador que ele, Imperador, não conseguirá destruir o cristianismo porque tornara-se piedoso; como um cristão.

W. J. Solha construiu uma imensa obra artística, literária e filosófica; mas esta obra, malgrado seu autor, jamais constituiu qualquer ameaça ao cristianismo. No caso deste Marco do Mundo, quem não estiver bem avisado do ateísmo de Solha, poderá até pensar que o poeta tem uma certa fascinação pelo Cristo.


quinta-feira, 12 de julho de 2012

O socialismo girassol está sendo enterrado sob uma imensa cascata de camarão

Esta lista de compras estratosféricas para as comilanças pantagruélicas, lá na Granja Santana do rei-na-barriga Ricardo Coutinho, terá sido um dos menos graves escândalos do reinado girassol, mas, por simbólico, pode se tornar um dos mais desgastantes.
Mais uma vez, quem levantou a lebre foi o excepcional jornalista investigativo Clilson Júnior, em reportagem no portal Clickpb.
Junto com a lebre levantada por Clilson, vieram as mais variadas carnes, peixes e crustáceos. Aos quilos? Não; às toneladas. 09 (nove) toneladas de delícias, dentre às quais uma imensa cascata de camarão.
Essa compra é ilegal? Sei lá! Seguramente, é indecente.
Pra começo de conversa, em um governo socialista, a Granja Santana deveria ser transformada em um espaço de utilidade pública: creche ou escola; talvez um lar para idosos; quem sabe um centro de recuperação de drogados. Pois vejam, no reinado girassol, a Granja Santana, segundo a fina ironia do jornalista Helder Moura, está a se transformar em um espécie de Palácio de Versalhes (Château deVersailles) no Reinado de Luís XVI e Maria Antonieta.

Clilson Júnior e Helder Moura não foram os únicos a tratar do tema. Quer em tom de indignação, quer pelo viés do sarcasmo, as toneladas de delícias a serem compradas para a degustação dos comensais do "Château Santana" fazem as delícias dos críticos do governo do socialismo girassol. Maurílio Batista, também no Clickpb, apresentou um vídeo arrasador. E não apenas os profissionais da mídia estão cuidando do assunto: o deputado Jandhuy Carneiro, por exemplo, indignou-se e, em altos brados, exigiu o cancelamento da licitação.
Escrevo na quarta-feira, dia 11. A licitação indecente está para ser realizada amanhã. Se for confirmada, a grita vai aumentar. Se for cancelada, será o recuo de um prepotente; e os prepotentes, quando recuam, quebram-se.





terça-feira, 10 de julho de 2012

Os autoritários do PT e CUT preparam um golpe fascista ou estão apenas bêbados?

Os fascistas e nazi-fascistas foram mestres em utilizar instrumentos democráticos combinadamente com golpes de força para atingir o poder, permanecer no poder e ampliar o poder. Esta combinação foi eficaz na Itália, com Mussolini, e na Alemanha, com Hitler. No Brasil está sendo engenhada por "altos companheiros" do PT e da CUT, em face do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal daqueles que, segundo denúncia do Ministério Público, formaram uma quadrilha para corromper congressistas, no episódio conhecido como ""escândalo do mensalão". Primeiro foi o ex-ministro José Dirceu, denunciado pelo MP como "chefe da sofisticada quadrilha", que conclamou estudantes pelegos a irem às ruas defender os denunciados. Se ficasse nisto, estaria barato, seria apenas, como disse o Ministro Marco Aurélio, o exercício do "jus esperniandis". Mas Dirceu foi secundado pelo recém eleito presidente da CUT (Central Única de Trabalhadores), Vagner Freitas, com uma ousadia tipicamente fascista. Ele peitou abertamente o STF: "Não pode ser um julgamento político. Se isso ocorrer, nós questionaremos, iremos para as ruas".
Claro está que, para Vagner, se os réus forem condenados o julgamento terá sido viciado. Claro está que Vagner exige a absolvição dos réus, sob pena de rebelião contra o Supremo.

Suponhamos a condenação do "chefe" e de alguns chefiados (ou todos), fazendo levantar nas ruas o protesto do PT do Dirceu e da CUT do Vagner. Se o STF não se dobrar ao clamor da turba dirceuzista-vagneriana, a turba invadirá o STF? Destituirá, na porrada, seus ministros? Aclamará Zé Dirceu como presidente do Supremo?

O jornalista/blogueiro Ricardo Noblat supôs loucura ou embriaguez para a audaciosa fala de Vagner Freitas, como a minimizar-lhe o perigo. Pode ser. Mas não custa lembrar dois episódios do passado fascista e nazi-fascista:

1) Mussolini, robustecido por amplo apoio de massas, marchou sobre Roma com seus "camisas negras" para promover o golpe que instaurou o regime fascista na Itália;
2) Antes de chegar ao poder pela via eleitoral, Hitler tentou um golpe de força: o episódio do "Putsch de Munique", também conhecido como "Putsch da Cervejaria", porque Hitler e seus comparsas tramaram a louca aventura enchendo a cara em uma cervejaria.

Vão nesses exemplos duas lições que explico, precisamente, aos que não querem entender:

1) As massas nas ruas podem promover a liberdade, mas podem também promover a tirania;
2) Fascistas loucos e bêbados, nem por serem loucos e bêbados, serão menos perigosos.


domingo, 8 de julho de 2012

"O papel da esquerda é civilizar o capitalismo": a magnífica entrevista do marxista Chico de Oliveira no Programa Roda Viva

A entrevista de Chico de Oliveira no Programa Roda Viva (TV Cultura), em 02/07/2012, tornou-se instantaneamente célebre por conta da sua afirmação de que  "Lula não tem caráter". Pois, isso foi o menos importante de tudo que ele falou. A entrevista é um tanto longa - 88 minutos -, mas vale a pena (está disponível no You Tube). Fui vê-la ontem, já depois de ter citado a referida frase em um post sobre boçalidades do ex-presidente brasileiro.
Nos ambientes políticos e intelectuais, Chico de Oliveira é conhecido e respeitado desde muito tempo. Quer dizer, a turma lulo-petista truculenta não o respeita, mesmo porque não respeita ninguém que não bajule Lula da Silva com entusiasmo.
Intelectual marxista dos mais destacados, militante destemido, Chico de Oliveira foi preso e torturado pela ditadura militar. Depois, esteve no núcleo intelectual dos fundadores do PT. Hoje está no PSOL, mas encara seu novo partido com certa melancolia e não lhe vê futuro: acha que o PSOL tenta repetir o "irrepetível" caminho do PT.
O que me animou a ir ao You Tube ver a entrevista não foi a frase sobre o caráter de Lula (não é novidade), mas um artigo de Maria Helena R. R. de Souza postado no Blog do Noblat. Atraiu-me, especialmente, a seguinte assertiva de Chico de Oliveira, transcrita por Maria Helena:

"O papel da esquerda não é propriamente o poder. O papel da esquerda é civilizar o capitalismo - esta é a tarefa da esquerda no mundo: domar as forças arbitrárias do capitalismo".

Com efeito, este tem sido o melhor resultado da esquerda mundial. Inclusive da esquerda marxista, desde que o marxista Eduard Berstein (judeu-alemão, como Marx), na passagem do séc. XIX para o séc. XX, revisou o marxismo, estabelecendo as bases teóricas da social-democracia, que resultou, em vários países, no regime chamado de Estado de Bem-estar Social (universalmente conhecido como Welfare State). Este foi o caminho rejeitado por Lênin, fundador do bolchevismo; tendo o bolchevismo resultado em genocídio e servidão.

Em outro trecho transcrito por Maria Helena, diz Chico de Oliveira:

"Sou ideologicamente marxista e eticamente cristão. Fui ensinado a não negar auxílio quando necessário - É uma conquista civilizatória que o cristianismo nos deu".

Na verdade, o cristianismo nos deu muitas outras conquistas civilizatórias: as melhores. A democracia, inclusive, é, em grande parte, uma conquista civilizatória do cristianismo.

Na entrevista, Chico de Oliveira disse lá umas coisas com as quais não concordo. Mas discordo com o respeito devido. O que falou sobre a Lei da Anistia, por exemplo, pareceu-me equivocado e dúbio. Vou rever a entrevista, com redobrada atenção, e tratarei do tema em um próximo post. Enquanto isso, aconselho o mesmo a vocês. A entrevista é tão boa, mas tão boa, que os 88 minutos passam bem ligeirinhos.


sábado, 7 de julho de 2012

Chávez, não conte comigo - sobre mais uma boçalidade de Lula da Silva

O chavismo, também chamado de socialismo bolivariano, é um fascismo. Já falei sobre isso e voltarei ao assunto. No momento, tratarei de uma boçalidade do ex-presidente brasileiro Lula da Silva dita sobre o chefe do fascismo bolivariano, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que está em campanha pela reeleição. Disse Lula:

"Chávez, conte comigo, conte com o PT, conte com a solidariedade e apoio de cada militante de esquerda, de cada democrata e de cada latino-americano. Sua vitória será nossa vitória".

Lula é amigo pessoal de Chávez, e está no seu direito, faz bem em defender o companheiro. Que fale em nome do PT, também está direito, porque Lula é dono do PT. Agora, que fale em nome de cada militante de esquerda, de cada democrata e de cada cada latino-americano; isto é uma boçalidade.
E Lula nem é tão de esquerda assim. O milionário (ou bilionário, segundo a revista Forbes) Luís Inácio até já fez piada debochando da esquerda. Um grande amigo dele, Delfim Neto, que foi ministro da ditadura militar, garante que Lula é bacana, justamente, por nunca ter lido uma página de Karl Marx.
É preciso dar um desconto nessas boçalidades de Lula. O antenado ex-presidente sempre fala ao gosto da plateia da ocasião. Essa fala de extravagante bajulação ao presidente Chávez consta de um vídeo enviado por Lula ao "Foro de São Paulo", realizado em Caracas, sob o comando de Chávez. O ladino orador Lula, mais uma vez, confirmou o que dele disse Chico de Oliveira: "Lula não tem caráter".
Para quem não conhece, Chico de Oliveira é um dos mais destacados intelectuais marxistas do Brasil, fundador do PT e militante de quatro costados da esquerda.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

A praga autoritária: os donos dos partidos

No Brasil, a ditadura caiu; mas a praga autoritária, rogada não sei por quem, pegou em vários partidos políticos nascidos na e da democracia reconquistada. Vejamos os cinco maiores partidos do país.
O PT tem dono: Lula da Silva.
O PSB tem dono: Eduardo Campos.
O PSD tem dono: Gilberto Kassab.
O PMDB e o PSDB escapam à maldita regra; não sei se por mérito democrático ou por simples desorganização.

Como na República Velha, os donos nacionais delegam poderes a donos locais. 
Na Paraíba, o dono do PSB é Ricardo Coutinho. O dono do PSD é Rômulo Gouveia.
O PT, na Paraíba, não tem dono. E não tem porque a rebeldia prevaleceu contra um Pantagruel que queria engolir e ser dono não de um, mas de vários partidos, o rei-na-barriga Ricardo.

Partidos pequenos também têm donos. Vejam o caso do PSC: não sei quem é o dono no Brasil; mas, na Paraíba, é Marcondes Gadelha. 
Contra o dono do PSC na Paraíba, também se ergue rebeldia. Espero que seja vitoriosa.


VIVA A REBELDIA! VIVA A DEMOCRACIA! 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

A Igreja Católica, os escândalos e o fundo do mar

O celibato clerical não é um mal em si; para quem tem a devoção da entrega total ao serviço de Deus, será mesmo um bem. Ou quem queira ser celibatário por qualquer motivo, se perde os prazeres da carne, pode ser que ganhe as delícias do sossego. O celibato só não pode ser obrigatório. No próprio Evangelho está dito que não deve ser obrigatório.
Ao converter-se ao cristianismo, São Paulo optou pelo celibato para entregar-se totalmente ao serviço de Deus; todavia, aconselhou: "Mas, se não podem conter-se, casem-se; porque é melhor casar do que abrasar-se". Está em 1 Coríntios 7: 9.
É uma desgraça que religiosos, após feito os votos de castidade, fiquem por aí a abrasar-se a três por quatro com fiéis indefesos, como fez aquele bispo tarado que foi presidente do Paraguai, e que, quando responsável por paróquias, apascentava as ovelhas no intuito exclusivo de emprenhá-las.
Já passa do tempo da Igreja Católica seguir o conselho do santo apóstolo Paulo e acabar com a obrigatoriedade do celibato para os padres. E se as autoridades eclesiásticas não decidirem por fim a esta exigência estúpida e anti-evangélica, as multidões católicas devem fazer ouvir o seu clamor.
Desgraça ainda maior do que o abrasamento irresponsável de padres putanheiros, é a pedofilia. Esse é o escândalo dos escândalos. Disse Jesus: "Aquele que escandalizar um desses pequeninos, melhor seria que se lhe atasse ao pescoço uma grande pedra de moinho e fosse jogado no fundo do mar". Está em Mateus 18: 6.
Aqui não resta dúvida: ou a Igreja Católica acaba com os seus escândalos de pedofilia ou os escândalos de pedofilia jogam a Igreja Católica no fundo do mar.

domingo, 1 de julho de 2012

Ele voltou, o Tavinho voltou finalmente...

Zé Maranhão deve agradecer muito e fica devendo um grande favor ao deputado Gervásio Maia. Não por este ter aceito o convite para ser o vice na chapa "puro-sangue" (PMDB + PMDB noves fora, nada), mas por ter desistido ligeiro. Assim, o desgaste da trapalhada foi também ligeiro.
O vereador Tavinho Santos, do PTB, sempre foi, de longe, a melhor opção para vice da chapa encabeçada pelo ex-governador, do PMDB. Convocado na tarde da sexta-feira e desconvocado na manhã do sábado, o excelente meia-esquerda Tavinho - craque nas peladas do Roger e campeão de votos no tradicional bairro - ficou magoado. Reconvocado no domingo de manhã, o craque, com toda razão, botou banca. Mas, no fim da tarde, depois de numerosos e insistentes apelos, resolveu aceitar a reconvocação. Os partidários de Zé Maranhão, aliviados, podem cantar:
"Ele voltou, o Tavinho voltou finalmente / Partiu daqui descontente...etc.".