Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

quinta-feira, 29 de março de 2012

girassóis em chamas

Se os girassóis estivessem unidos, girando em torno do girassol-rei, ainda assim perderiam a eleição para continuar no comando da Cidade das Acácias. Isso porque, além de girassóis e laranjas, planta nenhuma suporta mais a arrogância do girassol-rei. Porém, o que já era ruim, ficou pior. Chamas alaranjadas se avolumam no jardim, lavrou incêndio: é a rebelião dos sub-girassóis.
Estela, graciosa flor, não. Esta continua fiel, pois é a favorita do rei. Mas o girassol-nato não abre pra Estela e nem pra um trem. Ergueu barricada, está um verdadeiro Corisco: "Não me entrego ao tenente, não me entrego ao capitão; só me entrego com a morte, de parabellum na mão". Já o girassol que foi chutado pelo rei, recobrou orgulho e chamou seu povo, que ergueu faixa: "Volta Agra!".
É bem verdade que o girassol-rei viajou lá pras bandas do Oriente. Quando ele voltar, haverá de se ver se os girassóis rebeldes são machos mesmo, ou se vão colocar as pétalas entre as pernas.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Dércio em alta

O Blog de Dércio Alcântara é um dos mais lidos da Paraíba. Talvez seja o mais lido. O programa do Padre Albeni, na TV Master, é campeão de audiência. Hoje, quarta-28, Padre Albeni vitaminou o Blog do Dércio, jogou-o para as alturas, para o primeiríssimo lugar. O Padre contou que Dércio havia escrachado um certo radialista, sem dizer o nome do cujo. Que Dércio tinha sido cruel e malvado. Fez um drama. Terminou pedindo que ninguém fosse ver as coisas horríveis que Dércio tinha dito. Resultado: todo mundo foi ver. Eu, que hoje já tinha acessado o Blog do Dércio duas vezes, voltei lá. Vi, mas não vou contar o nome do radialista nem comentar o escracho. Faço outro tipo de comentário. Dércio Alcântara faz o sucesso que faz porque, não é de hoje, enfrenta gente grande sem medo.

Millôr: o gênio comparável

Millôr Fernandes não foi um gênio incomparável. Eu mesmo o comparo aos grandes satíricos da literatura universal, como Rabelais, Swift e Mencken. Também gosto de compará-lo a Camões. Não pelo estilo literário, que Millôr não era chegado nem a sonetos nem a versos heróicos. Mas, tanto o portuga caolho quanto o carioca careca foram muito chegados às mulheres: não podiam ver um rabo de saia. Como se sabe, Camões foi amante infeliz. Millôr teve melhor sorte, no seu tempo de juventude a mini-saia já havia sido inventada.
Millôr morreu, e já antes morrera Camões. Mas, na verdade, não morreram, porque fizeram por onde não morrer. Isso foi posto claro pelo caolho na estância 2 do Canto I d'Os Lusíadas. É esta estância (ou estrofe) que roubo do gênio português para homenagear o gênio brasileiro:

"E também as memórias gloriosas
Daqueles reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e Ásia andaram devastando;
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar engenho e arte".

Já uns pela espada, já outros pela obra escrita, se vão libertando da mais dura das leis. E para ainda continuar homenageando o imortal Millôr Fernandes, nada melhor do que brindar os leitores com algumas daquelas suas frases que fizeram as delícias da irreverente inteligência brasileira:

"O capitalismo é a exploração do homem pelo homem. O socialismo é o contrário".


"O dinheiro não traz felicidade. Manda buscar".


"O cara só é sinceramente ateu quando está muito bem de saúde".


"Anatomia é uma coisa que os homens também têm, mas que, nas mulheres, fica muito melhor".


"O melhor movimento feminino ainda é o dos quadris".


"Em geral, quando a gente encontra um espírito aberto, entra e verifica que está vazio".


"Tem cautela; ajuda o sol com uma vela".


"O mal do mundo é que Deus envelheceu e o Diabo evoluiu".


"A pobreza não é, necessariamente, vergonhosa. Há muito pobre sem vergonha".


"Se todos os homens recebessem exatamente o que merecem, ia sobrar muito dinheiro no mundo".


"Errar é humano. Ser apanhado em flagrante é burrice".


"Errar é humano. Botar a culpa nos outros também".


"A infância, não: ela dura pouco. A juventude, não: ela é passageira. A velhice, sim: quando o cara envelhece é pro resto da vida".


"É meu conforto: da vida só me tiram morto". 


  

terça-feira, 27 de março de 2012

Jampa Digital: o Corolla e o Laranjja

Nas denúncias de possíveis corrupções, a parte cômica fica por conta das explicações. Nesta denúncia do Projeto Jampa Digital/Empresa Ideia Digital, o secretário de Ciência e Tecnologia da Prefeitura de João Pessoa, escalado para dar explicações na Câmara Municipal, foi impagável. Diverti-me, mas quase não acredito no que li nos portais. Por isso, indico os portais nos quais li as falas do secretário. Pode ter sido algum tipo de pegadinha: estes jornalistas são uns pândegos.
Vejam esta do G1: disse o secretário: "Já temos 85% do Projeto pronto". Ora, o total de verba para o Projeto é de mais de 27 milhões de reais. O total gasto até o momento foi de menos de 7 milhões. Se com este tantinho a Prefeitura já fez 85%, para que queria 27 milhões? Agora não pode mais reclamar do corte que a presidente Dilma fez na verba federal.
Do mesmo G1, vejam esta pérola: "Marconi Maia assumiu que existem problemas técnicos no Jampa Digital, mas disse que a qualidade do serviço só pode ser cobrada quando terminar o prazo para a sua implantação". É como se o engenheiro responsável, fiscalizando a construção de um edifício, descobrisse que o prédio estava subindo torto, mas não  pudesse cobrar retificações até o fim do prazo de construção; ou seja, quando o prédio, bem alto, caísse na sua cabeça.
No Pbagora, falando sobre a impossibilidade de acesso à internet pelo Jampa Digital, disse o inventivo secretário (ou terá sido tudo invenção dos jornalistas?): "Infelizmente coincidiu de ser na hora da reportagem". Infelizmente, esta infelicidade dos repórteres do Fantástico tem sido  compartilhada por muitos pessoenses. Eu mesmo, aqui pelo Bessa e Manaíra, nunca consegui acessar nada pelo Jampa. Quem sabe, na próxima tentativa, terei melhor sorte.
Tem outra, também no Pbagora, em que o secretário, homem de muita fé, socorre-se em Jesus Cristo: "O Projeto ainda está em vigência, como é que você pode crucificar alguém sem que esse alguém pague por seus pecados". Não comento nada porque não entendi o que ele quis dizer. Meditei longas horas sobre este enunciado teológico e não logrei vislumbrar qualquer sentido. Deus haverá de perdoar a minha ignorância, mas se algum irmão em Cristo desvendar o enigma, por favor, socorra-me.
Por último, ainda do Pbagora, registro o que me parece a verdadeira coroação das explicações do secretário Marconi, dita ao falar sobre superfaturamento. Antes vejam estes trechos de notícia:
No NE 10: "Em julho de 2009, a Ideia Digital ganhou a concorrência para fornecer 75 itens - entre equipamentos e programas de informática - para a Prefeitura Municipal de João Pessoa. O preço de diversos equipamentos estaria acima do praticado no mercado. Câmeras de segurança, vendidas à Prefeitura por R$ 32 mil a unidade, foram repassadas, em 2008, por menos de R$ 11 mil ao Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Norte".
No Polêmica Paraíba: "A empresa Ideia Digital - sistema consultoria - registrou preços do pregão 019/2009 em que listou preços de 75 equipamentos, com itens que atingem até 1.600% acima do valor normal de mercado".
Pois, qual a coroa das explicações do audacioso secretário Marconi Maia? Esta: "Isso é a mesma coisa que comprar um carro, por exemplo, você compra um Corolla, todos são Corolla, mas alguns possuem mais acessórios que outros, o que acaba por diferenciar o preço final de cada um deles".
Não, nem todos são Corolla, alguns são Laranjja.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Denúncia fantástica do Jampa Laranjal fulmina candidatura girassol

Já tinha dito que o candidato (ou candidata) laranja-girassol não iria ao segundo turno. Depois da fantástica denúncia do "Fantástico", digo que não vai a lugar nenhum.
Os indícios de corrupção podem ou não ser comprovados, mas a demagogia ficou escancarada.
As desculpas da Prefeitura para o emperramento do Projeto Jampa Digital são fracas, mas são, de qualquer forma, embora tardia e forçada, uma satisfação. Todavia, com ou sem propina, aquela fantástica festa na orla só poderia ter sido feita depois que o troço estivesse funcionando.
Por si só, a denúncia do Jampa Laranjal, embora de fantástica repercussão, não seria suficiente para derrubar uma candidatura forte. Ocorre que o projeto laranja-girassol para manter a Prefeitura de João Pessoa vinha ruim e ficou péssimo quando o girassol foi despetalado pelo lançamento da candidatura própria do PT vermelho. A denúncia do Fantástico enterrou o que estava no pé da cova. Foi caixão e vela preta.

domingo, 25 de março de 2012

Vermelho de novo e girassóis tontos

O PT de João Pessoa, que tinha alaranjado, avermelhou de novo; lançou candidato próprio e competitivo. Luciano Cartaxo vai ao segundo turno: com Zé Maranhão ou Cícero Lucena.
Os girassóis giraram demais. Tanto giraram que ficaram tontos. O girassol Agra saiu, mas quer voltar. O girassol Nonato está e não quer sair.
Já a Estela, que é uma flor de pessoa, desabrochou sua campanha com grande esplendor, em um jardim de uma mansão no Altiplano. Coisa linda de se ver; porém, ai porém..., fora de época. O Jardineiro Eleitoral terá de "ir lá com ela" e podar algumas ramas de ilegalidade.
Nada está dando certo no pomar da prepotência.

Heriberto: o Coelho que é um Leão

Heriberto Coelho transformou um pequeno sebo em um gigantesco empreendimento artístico-cultural. Há alguns anos, O Sebo Cultural é uma das principais referências da inteligência paraibana; inclusive da inteligência política, que política também é arte e cultura.
Debates, conferências, simpósios, lançamento de livros, tertúlias, cinema, shows: todo tipo de promoção que se possa imaginar nasce, cresce, cria asas e voa naquela casa da Avenida Tabajaras (e já antes em outros endereços). Vale por uma Academia Paraibana de Letras, vale por uma Academia Paraibana de Música (que, aliás, estão paradonas). Vale tanto, ou mais, do que as instituições culturais oficiais da Prefeitura de João Pessoa ou do Governo do Estado da Paraíba. Tem mais cultura paraibana n'O Sebo Cultural do que no Espaço Cultural. O Sebo Cultural promove mais o que preste do que a Funjope (esta, aliás, em 2010, deixou de promover, por pura politicagem, o que de melhor poderia ter promovido: "A Paixão Judaica", de W. J. Solha).
A contragosto de Heriberto, que é um intelectual e militante marxista, O Sebo Cultural é uma demonstração da excelência da economia de livre mercado, das grandezas que a iniciativa privada pode construir. Vejam que coisa interessante: apesar de ser socialista, Heriberto preferiu continuar dedicado à sua livre empresa capitalista a ser alto funcionário do governo do socialista Ricardo Coutinho. Rejeitou ser membro do Conselho Estadual de Cultura. O socialismo paraibano saiu perdendo, mas a arte-cultura paraibana saiu ganhando.  

segunda-feira, 19 de março de 2012

Cartaxo pelo PT: derrota do autoritarismo girassol

Tendo os petês alaranjados cantado vitória antes do tempo, a vitória da candidatura própria do PT sobre a tese de submissão do PT ao chefe girassol saiu valorizada. De qualquer forma, vitória que fulmina a candidata do PSB. Se com o PT era difícil, sem o PT resta chorar, ou aguar outra flor do jardim dos girassóis Mas o raio fulminante disparado pela militância do PT de João Pessoa não fulminou apenas a Estela, penso que terá carbonizado qualquer candidato do esquema ricardista. Nonato Bandeira não é candidato melhor que Estelizabel Bezerra; é muito pior. Estela, pelo menos, simboliza alumas bandeiras mobilizadoras; enquanto que a única bandeira que Nonato tem está no nome. Pode ainda voltar o prefeito Agra, que era o candidato natural, até ser chutado sem mais aquela pelo grande girassol, em torno do qual tudo tem de girar. Se Agra não tivesse sido enxotado, provavelmente a tese da aliança PSB-PT teria prevalecido. Se Agra voltar, depois deste e outros estragos que sua "renúncia" provocou, volta desgastado e desmoralizado pelo excesso de subserviência.
Ao derrotar o autorismo girassol, a militância petista não apenas garantiu presença na disputa de 2012 em João Pessoa, viabilizou uma candidatura forte, competitiva. Olhando para as nuvens da política no céu de hoje, vislumbra-se a seguinte disposição dos elementos em luta: Zé Maranhão (PMDB), Cícero Lucena (PSDB) e Luciano Cartaxo (PT) brigarão por vaga no segundo turno. A candidata girassol Estelizabel (ou qualquer substituto girassol) ficará girando em torno do girassol rei; que gira em torno de si mesmo.

terça-feira, 13 de março de 2012

A Carta do PT

A eleição de 2012 para prefeito de João Pessoa-PB será, fundamentalmente, um plebiscito sobre o autoritarismo do Governador Ricardo Coutinho. Tem quem goste: é um direito. Tem também quem negue: aí já é demais. Sendo enfadonho relatar as muitas façanhas do autoritarismo girassol, foco apenas a presente façanha da escolha do candidato a prefeito do grupo governista. Trata-se de um escandaloso exercício de autoritarismo que tem o seu tanto de comédia. Vejam: numa situação de mínimo decoro democrático-institucional, quem conduz a sucessão de um titular do poder executivo é o próprio titular, mormente quando este está habilitado à reeleição. Em João Pessoa, o prefeito, candidato natural à reeleição, foi afastado pelo governador Ricardo com um peteleco. O dito prefeito, Luciano Agra, de uma família de Campina Grande tida e havida como destemida, ousada, valente e temerária; o prefeito Luciano Agra não tugiu nem mugiu, submeteu-se. E submisso permanece. Ricardo disse que a candidata do esquema girassol será Estelizabel Bezerra, do PSB (onde Ricardo manda). Mas pode ser Nonato Bandeira, do PPS (onde Ricardo também manda). Pode ser, mas pode ser também o Agra. Mas o Agra não saiu? Saiu porque Ricardo mandou, pode voltar se Ricardo mandar. Pode até dar na telha de Ricardo de lançar candidato um ogro. No processo girassol, os partidos não têm importância alguma: zero, nada. Agora chegamos ao PT.
O PT de João Pessoa está decidido a anular-se? A troco de quê? A subordinação da ala majoritária do PT de João Pessoa a Ricardo Coutinho só pode ter um motivo: fisiologismo, o mais desatinado fisiologismo (a não ser que seja o encantamento que provoca a estonteante beleza de Ricardo). Para o PT, fisiologismo é abismo. Os militantes do PT de João Pessoa sabem disso e sabem que o diretório da capital foi alienado pela ala majoritária nas mãos do governador. Estes  mesmos militantes têm a oportunidade de confrontar o autoritarismo girassol e retomar o partido nas próprias mãos. A carta com que podem decidir a parada é Cartaxo. O PT tem força suficiente para entrar na disputa com chances de vitória; uma disputa que, todos sabem, será das mais acirradas da história das eleições pessoenses (um partido que perde uma oportunidade dessas não merece ser chamado de partido). E o PT tem um bom candidato: Luciano Cartaxo. Além disso, as repulsas geradas contra Ricardo encontrarão no PT seu melhor mobilizador. Vejam: a prepotência do governador distribuiu golpes a torto e a direito, mas atingiu no peito, com grande violência, os setores sindicalizados do funcionalismo público: professores, policiais, agentes do fisco, médicos,...etc (nesta área, não escapou ninguém). A mobilização desta gente, que tem sido tratada pelo governador Ricardo Coutinho como lixo dos lixos, será fator decisivo para a derrota do autoritarismo girassol. O partido que tem melhores condições de mobilizar esta gente é o PT (também os estudantes, que não são sindicalizados, mas se organizam em associações, foram atingidos pelo mandonismo ricardista; o PT, melhor que qualquer outro partido, poderá mobilizá-los). O PT nasceu e se criou pelos caminhos desse povo (sei disso porque fui um dos fundadores do PT e presidente do PT em João Pessoa); abandoná-lo agora, será pior que omissão, será traição.
As cartas estão na mesa. A reunião do dia 18 decidirá entre o PT lançar Cartaxo ou o PT ser capacho.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Democracia versus autoritarismo no PT

A doutrina totalitária do marxismo-leninismo (bolchevismo) foi majoritária no movimento socialista mundial durante décadas. Esquerda e bolchevismo eram quase sinônimos. Com a derrocada do poder bolchevista, os remanescentes bolchevistas, grosso modo, refluíram para o leito da democracia liberal. Alguns tornaram-se democratas sinceros, outros mantiveram acesa a chama da doutrina totalitária, ainda que camuflada. Havendo oportunidade, essa chama volta a incendiar. O autoritarismo de Hugo Chávez na Venezuela, por exemplo, que chegou ao poder por via democrática, não tornou-se totalitarismo porque não pôde, mas tem se esforçado neste sentido e dado largos passos em direção a um neo-fascismo apelidado de bolivarianismo. No caso do poder brasileiro do PT, as inclinações autoritárias de uma ala são inibidas pelo compromisso democrático da outra. No meu entender, os democratas brasileiros, mesmo os da oposição, devem reforçar esta contra aquela. Se me pedirem para dar nome aos bois, farei isso. Mas em outro post.

quarta-feira, 7 de março de 2012

A cruz de Cristo e o limite da estupidez

Avança no Brasil uma campanha para obrigar a retirada da cruz de Cristo ou qualquer símbolo religioso dos locais  públicos. Isso é uma estupidez sem limites. Quer dizer, pode ter um limite. Pago pra ver a turma de vampiros que odeia a cruz de cristo dinamitar o Cristo Redentor.

domingo, 4 de março de 2012

O cristianismo e a ética asquerosa de Peter Singer

Uns tais Alberto Giublini e Francesca Minerva  publicaram no "Journal of Medical Ethics" um texto defendendo o infanticídio. Tanto os autores quanto o editor, Julian Suvalescu, foram duramente criticados. No Brasil, o crítico mais duro vem sendo o blogueiro Reinaldo Azevedo, que é o mais lido do Brasil. Não vou aqui tratar desse texto, pois acho que o Reinaldo está dizendo o suficiente (vejam lá, nos Blogs da Veja). Quero chegar a Peter Singer, que é um filósofo renomado.

Na justificativa que deu para a publicação do texto infanticida, o editor Suvalescu valeu-se da autoridade de Peter Singer. Este filósofo australiano radicado nos Estados Unidos é mesmo uma autoridade, adotado em algumas academias mundo afora, inclusive nas academias brasileiras, especialmente seu livro mais famoso, "Ética Prática" (editado no Brasil pela Martins Fontes - tradução de Jefferson Luiz Camargo). Não acho que o editor do "Journal of Medical Ethics" precise de justificativas, ele tem o direito de publicar o que quiser. Mas, com ou sem Peter Singer, o referido texto continua indecente.

A filosofia de Peter Singer é também indecente, embora tenha uma parte decente, simpática e generosa. Essa parte boa é a defesa dos animais. Porém, ai porém...; Singer equipara os animais aos humanos não apenas para a proteção daqueles, mas para  justificar o extermínio destes. Quer dizer, pelo menos enquanto forem criancinhas. Segundo o eminente filósofo, uma criancinha não é ainda uma pessoa, podendo ser assassinada sem que os assassinos precisem sequer sentir remorsos.

O infanticídio é por tal maneira infame, tão evidentemente infame, que não me ocuparei em refutá-lo, vou apenas expor algumas justificativas de Singer (todas do referido livro), com um ou outro comentário, que faço para desopilar o fígado. Desde que li o livro de Singer, faz algum tempo, meu fígado ficou intoxicado. Quem achar que as citações estão fora de contexto, que vá ao texto: a monumental canalhice tem 399 páginas. Os excertos expostos a seguir, dão uma ideia:

"Se o feto não tem o mesmo direito à vida que uma pessoa, resulta que o bebê recém nascido também não  o tem e que a vida de um bebê recém nascido tem menos valor para ele que a vida de um porco, de um cão ou de um chimpanzé para este animal".

"Em geral, como os bebês são indefesos e moralmente incapazes de cometer um crime, faltam aos que os matam as desculpas comumente oferecidas para o assassinato de adultos. Nada disso mostra, porém, que o assassinato de um bebê é uma coisa tão perversa quanto o de um adulto (inocente).

"Se conseguirmos por de lado esses aspectos comoventes (a aparência frágil e graciosa dos bebês), mas rigorosamente irrelevantes da morte de um bebê, seremos capazes de ver que os motivos para não matar pessoas não se aplicam aos bebês recém nascidos".

"Do mesmo modo, a razão utilitarista preferencial para se respeitar a vida de uma pessoa não pode aplicar-se a um recém-nascido. Os recém nascidos não podem ver-se como seres que podem ter, ou não, um futuro; portanto não podem ter o direito de continuar vivendo".

Este facínora filósofo não indica com exatidão uma idade limite para o abate de bebês; insinua, entretanto, que até mais ou menos os três anos o abate é livre. Vejam:

"É claro que seria difícil dizer em qual idade as crianças começam a ver-se como entidades distintas dotadas de existência no tempo. Mesmo quando conversamos com crianças de dois e três anos de idade, costuma ser difícil extrair delas alguma concepção coerente da morte, etc...".

A questão, como se vê, não é a idade, mas o tirocínio da criança: enquanto a pobrezinha não for capaz de travar um diálogo filosófico, pode-se matá-la sem mais aquela.

O Singer, por sobre facínora, é covarde. Depois de afirmar essas monstruosidades ele faz uma cautelosa ressalva:

"Deveríamos agir como se uma criança tivesse direito à vida desde o momento em que nasce".

Presumo que este filósofo meliante esteja com medo de ser colhido nas malhas da lei por incitação ao crime.

Mas, que tem o cristianismo a ver com toda essa asquerosidade? Eis que o filósofo cretino indica o cristianismo como culpado pela proteção que se costuma dar aos bebês. Vejam que coisa formidável diz o sem-vergonha:

"Se essas conclusões parecem chocantes demais para serem levadas a sério, talvez valha a pena lembrar que a proteção absoluta que damos às vidas dos bebês é uma atitude especificamente cristã, e não um valor ético universal".

E mais adiante:

"Talvez hoje seja possível examinar essas questões sem adotar a estrutura moral cristã que, por tanto tempo, impediu toda e qualquer reavaliação essencial".

Pois então, quer dizer que é o cristianismo que tem nos defendido destas bestas genocidas?

VIVA JESUS CRISTO!