Blog Rocha 100

No princípio, criou Deus os céus e a Terra”. Ótima frase para um Blog que navegará 100 fronteiras: dos céus metafísicos à “rude matéria” terrestre. “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Pois, somos também deuses, e criadores. Podemos, principalmente, criar a nossa própria vida, com autonomia: isto se chama Liberdade. Vida e Liberdade são de Deus. Mas, quem é “Deus”? Devotos hebreus muito antigos, referiam-se a Ele apenas por perífrases de perífrases. Para Anselmo de Bec, Ele é “O Ser do qual não se pode pensar nada maior”. Rudolf Otto, diante da dificuldade de conceituá-Lo, o fez precisamente por essa dificuldade; chamou-O “das Ganz Andere” (o Totalmente Outro). Há um sem número de conceitos de Deus. Porém, o que mais soube ao meu coração foi este: “O bem que sentimos intimamente, que intuímos e que nos faz sofrer toda vez que nos afastamos dele”. É de uma jovem filósofa: Catarina Rochamonte.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Samuca, Môfi, Anacleto: baixaria mesmo é a censura

Como publicado neste Portal 100 Fronteiras, está em andamento uma campanha para tirar do ar os programas policiais estrelados por Samuca Duarte, Emerson Machado - o famoso Môfi - e Anacleto Reinaldo. Comanda a empreitada o Forum de Ética e Mídia da Paraíba (FEMI). As alegações - vejam lá - são vazadas em tom rasgadamente demagógico, seguindo um roteiro, bastante conhecido, que vem tentando submeter a democracia e a Constituição à ditadura de um poder fantasmagórico chamado "politicamente correto". Esse fantasma é o mesmo que, mandando e desmandando no Ministério da Educação, tenta enfiar na cabeça dos estudantes que escrever errado, é certo. Agora, o fantasma acampou no FEMI; apesar do palavrório pretensamente democrático, trata-se simplesmente de uma campanha para fazer retornar a censura. Os novos censores, "politicamente corretos", chamam a nova censura de "controle social da mídia". Esse controle é assim: quem não rezar pela cartilha "politicamente correta", será enquadrado, defenestrado, excluído, demonizado. Os condutores da nova censura declaram combate à "baixaria". Eu não acompanho programas policiais, escuto e vejo os citados jornalistas e radialistas uma vez ou outra, não posso avaliar se produzem baixarias. Mas quem não gostar, pode mudar de canal. Quem ficar mais indignado, pode criticar duramente e clamar aos desavisados que não sintonizem tais programas. Se as baixarias forem a ponto de configurar crime capitulado em lei (injúria, difamação, crime de racismo, incitação ou apologia ao crime, etc.), o eventual criminoso deve ser levado às barras dos tribunais pelo específico delito. Agora, querer o tal FEMI se substituir às leis e aos tribunais; será um atentado à democracia.
Como disse, não sei se Samuca, Môfi e Anacleto produzem baixarias; mas sei que muita baixaria é produzida diariamente em programas da Globo, Band, Record et caterva. Nunca me ocorreu fazer campanha de censura para tirar tais programas do ar, prefiro mudar de canal.
Para mim, BAIXARIA MESMO É FAZER CAMPANHA PARA VOLTA DA CENSURA, QUE TÃO DURAMENTE AMARGAMOS NO TEMPO DA DITADURA.  

domingo, 26 de junho de 2011

Samuca e Marcus Odilon em enquetes e pesquisas

Este Blog Rocha 100 faz enquete, não faz pesquisa. Enquete não segue normas da Justiça Eleitoral, não segue padrões, não tem critérios de rigor e não tem nenhuma pretenção à validade científica. Enquete, as emissoras de rádio fazem todo dia, com auxílio do telefone. As enquetes deste Rocha 100 são semelhantes, apenas não são feitas por telefone: saímos perguntando pelas ruas, sem qualquer traçado prévio, sem quaisquer preocupações de método, de forma aleatória. Para facilitar o trabalho ouvimos as pessoas nos locais de muita motivação, aglomerados, nas patotas; sem nenhuma preocupação com as inevitáveis distorções de amostragem. Portanto, entre pesquisa e enquete, tem-se que a pesquisa é muito rigorosa e a enquete nada rigorosa. Dito isso, enviamos o leitor para a manchete do Portal 100 Fronteiras, em que nossa enquete de Bayeux coloca Marcus Odilon em primeiro lugar na intenção de voto para prefeito. Uma pesquisa recém divulgada apresenta resultado bem diferente. Já em Santa Rita, nossa enquete estimulada apresenta o radialista Samuca Duarte em primeiro lugar, disparado, com o dobro de votos do segundo lugar. Novamente, pesquisa recém divulgada apresenta resultado muito diferente, onde Samuca nem aparece. O que podemos dizer? Nada; porque não entendemos nada de pesquisa. De enquete entendemos, porque é a coisa mais fácil do mundo: é só sair perguntando pela rua. O leitor interessado pode fazer isso.

sábado, 25 de junho de 2011

Dilma desiste do sigilo tolo, falta desistir do sigilo imoral

Não foi por causa dos nossos conselhos, que os demos; mas a presidente Dilma desistiu de defender o sigilo eterno para documentos oficiais. Ótimo. Falta desistir do sigilo para contrações das obras da Copa 2014. Aquele sigilo eterno, por tolo, estava sendo alvo de zombaria. Este sigilo da corrupção, por imoral, está sendo motivo de revolta.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

100 anos depois de Epitácio, Lindbergh

Lindbergh Farias está comandando no Senado a construção da Anistia para os bombeiros do Rio de Janeiro. Excelente luta. parabéns, senador! Os bombeiros cariocas são heróis por duplo motivo: primeiro porque a profissão é, em si, heroica; segundo porque se rebelaram contra um miserável salário de menos de 1.000 reais. De modo geral, o senador Lindbergh está atuando muito bem. Tem condições de disputar a sucessão de Sérgio Cabral, em 2014. Se for eleito governador do Rio de Janeiro, tornar-se-á, também, presidenciável. Poderá disputar a Presidência da República em 2018, mas, como é muito jovem, poderá esperar por 2022. No caso de ser eleito, 100 anos depois de Epitácio Pessoa, o Brasil terá outro Presidente paraibano.

COPA SIM, CORRUPÇÃO NÃO!

Aconselhamos a presidente Dilma a voltar atrás na questão dos sigilos: ela não pode continuar a defendê-los. Um - o sigilo eterno de documentos oficiais - é tolo; o outro - o sigilo para as contratações de obras da Copa de 2014 é imoral. Os argumentos dos que defendem o primeiro, dão pena; são motivos de galhofa, e eu já galhofei, em post anterior. Os argumentos dos que defendem o segundo, dão raiva. Nesse caso, argumentam com os atrasos que as fiscalizações acarretam, sendo preciso deixar a corrupção correr frouxa para que as obras andem. O título deste post pode servir de slogan contra essa imoralidade. "COPA SIM, CORRUPÇÃO NÃO!

sábado, 18 de junho de 2011

Marcus Odilon: a absolvição do trabalho

Quiseram cassar o mandato do prefeito de Santa Rita. O Pleno do TRE o absolveu por unanimidade. Os que tentaram cassar Marcus Odilon alegavam, vejam só, que o prefeito trabalhava demais. Este excesso de trabalho teria invadido o período eleitoral. A legislação eleitoral brasileira é uma daquelas coisas que eu desisti de entender. Parece-me, entretanto, que se determinada obra estiver em andamento será permitido que continue andando; mesmo em período eleitoral. Ora, obra em andamento em Santa Rita, sendo Marcus Odilon prefeito, nunca deixou de ter. Não uma ou duas, mas dezenas e centenas. No segundo ano do mandato anterior uma vistosa placa na entrada de Santa Rita anunciava: "1.000 obras concluídas ou em andamento". As que estavam andando continuaram andando e novas obras foram iniciadas. Recentemente, outra vistosa placa anunciava a conclusão do Centro de Proteção e Lazer do Idoso: uma obra esplêndida. Para ser concluída, ela teve de andar. E andou. Placas vistosas anunciando recuperação de praça ou construção de praça nova tem que faz gosto. Tudo andando. Quer dizer, a praça fica quietinha, não sai do lugar, mas o trabalho anda. Sendo Marcus Odilon prefeito, o que sai muito do lugar em Santa Rita é gente: muda de lugar porque ganha um terreno para construir a casa própria. A prefeitura cuida do saneamento e toda infra-estrutura, incluindo ruas calçadas, iluminação, praças, escolas, creches e postos de saúde. São as lândias: Cicerolândia, Odilândia, Bebelândia, Augustolândia, Emanuelândia e Não Sei Mais Oquelândia. Tem tanta lândia que tem até uma lândia que não se chama lândia: o conjunto Marcos Moura. Em Santa Rita foi feita uma reforma agrária sem sangue. A prefeitura desapropriou enormes faixas de terra e distribuiu para milhares de sem-terra. Isso nos quatro mandatos de Marcus Odilon. Digamos assim, uma revolução permanente (embora Marcus não seja trotskista; que eu saiba). As vistosas placas vão acompanhando. E também distribui casa pronta. Dia desses, foram entregues 100 chaves de casas novinhas em folha só na pequena localidade de Livramento. E tome placa. Como está visto, Marcus Odilon gosta de divulgar o que realiza: mata a cobra e mostra a placa. Ruas calçadas a perder de vista: placas e mais placas. Não sei quem são os marqueteiros de Marcus Odilon, mas são bons. Vejam que coisa tão simples e tão bonita: "Santa Rita: Esta Cidade É Minha Vida!". A autoestima dos santarritenses dá gosto de ver - dá gosto de viver. Criaram também, os marqueteiros, a personalíssima marca "Povo da Silva". Marcus Odilon é o Povo da Silva. Essa é de matar de inveja os marqueteiros do ex-presidente Lula da Silva.
Voltando ao julgamento em que, por unanimidade, o Pleno do TRE absolveu Marcus Odilon. Ao absolver o prefeito de Santa Rita, a Justiça Eleitoral absolveu o trabalho. A preclara juíza Niliane Meira, relatora, afirmou, no seu parecer, não haver contra Marcus Odilon "provas robustas". Nem robustas nem franzinas, acrescento eu. As provas que existem em relação às quatro administrações Marcus Odilon em Santa Rita - e mais duas em Juarez Távora -; provas robustas e robustíssimas, são as provas do trabalho sério e competente.  

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Anistia Ampla, Geral e Irrestrita: a coragem de Dilma

A presidente Dilma tomou posição contra a revisão da Lei de Anistia. Fez a coisa certa, de forma corajosa. A Lei de Anistia - que libertou os presos políticos, trouxe de volta os exilados, pacificou a Nação e abriu o caminho da Redemocratização - deveria estar sendo enaltecida. Esta Lei foi consolidada por seus inúmeros benefícios, é patrimônio da Liberdade e da Democracia. Esta Lei, de 1979, faz aniversário em 28 de agosto: merecia uma celebração, uma grande festa cívica. Porém, ai porém..., o oportunismo esquerdo-populista-demagógico iniciou campanha para sua revisão: uma idéia de jerico. Conta com muitos defensores respeitáveis; nem por isso deixa de ser uma idéia de jerico. Esses defensores respeitáveis são, geralmente, patrulheiros muito desrespeitosos, que procuram desqualificar quem não concorda com a idéia deles. Vejam o que o presidente da OAB, Ophir Cavalcante, disse sobre a decisão da presidente Dilma contrária à revisão da Lei de Anistia:

"Se esqueceu de seu passado de militância contra a ditadura militar ao jogar uma pá de cal sobre o pedido de revisão da Lei de Anistia, de modo a permitir a punição de torturadores".

Eu tenho como responder pela Presidente Dilma a esta provocação besta do Ophir; porque respondo por mim. Eu militei contra a ditadura, fui preso e torturado, nos porões do IV Exército, em Recife-PE. Sofri, antes e depois desse episódio, várias formas de perseguição do regime ditatorial. O processo político fez com que eu viesse a comandar, na minha cidade, a luta pela Anistia Ampla, Geral e Irrrestrita, na condição de presidente do Comitê Brasileiro pela Anistia-secção João Pessoa. Não esqueci nada. Exatamente por lembrar, é que sou contra esta idéia estúpida de revisar uma Lei que produziu as melhores consequências, e as produziu porque foi resultado de uma negociação realista e séria. De um lado uma ditadura enfraquecida, mas ainda com poder de fogo incalculável. Do outro lado, um movimento nas ruas, sem poder de fogo. Fomos nós outros, nas ruas, que levantamos a bandeira da Anistia AMPLA, GERAL e IRRESTRITA. Eles tinham armas, nós tínhamos pessoas presas; eles tinham o Governo, nós tínhamos pessoas exiladas. Nós, das ruas, sabíamos não ter forças para derrubar o regime militar; os militares sabiam não ter fôlego para muito tempo. Daí a negociação, o pacto e a Lei. E nós outros, das ruas, vencemos. Todos os presos foram libertados, todos os exilados retornaram. Entendam isso; imbecis: nós, das ruas, vencemos.Vocês querem revisar uma vitória popular; imbecis.
A tortura é o mais nojento dos crimes. Na época da negociação da Lei de Anistia, alguém poderia ter levantado esta exclusão: Anistia para todos, menos para os torturadores. Nós outros, das ruas, poderíamos ter levantado tal exclusão. Os que, respaldados pelas ruas, negociavam no Congresso e nos gabinetes em nome dos presos e dos exilados poderiam ter imposto tal cláusula de exclusão para efetivação do acordo. Por que não o fizeram? Porque teria sido uma estupidez. Porque teria melado a negociação. Porque teria prolongado o confronto por mais alguns anos. Porque os presos políticos permaneceriam presos e os exilados permaneceriam exilados. Porque os militares linha dura poderiam aproveitar para um recrudescimento da repressão, com o resultado de mais prisões, exílios, torturas e mortes. Numa guerra, quem ganha leva tudo. Numa negociação, nenhuma parte pode levar tudo. Entenda-se, enfim, o seguinte: o malefício de não se poder punir os torturadores daquela ocasião foi imensamente compensado pelos benefícios conquistados pela aprovação da Anistia sem restições: Vidas, Liberdade, Democracia e Paz.
Mais de 30 anos passados, tendo a Lei de Anistia produzido todos os seus frutos - abundantes e benéficos -, alguns desmiolados ou desmemoriados propõem sua revisão para efeitos de propaganda política. Juridicamente, a besteira não corre nenhum perigo de prosperar.
A proposta de revisão da Lei de Anistia é uma estupidez longa; assim, esse post poderia ser mais longo ainda. Fico por aqui, mas disposto a continuar se alguém quiser polemizar comigo. Pode ser por via de comentário, nas colunas ou em artigos (alguns colegas colunistas são defensores ardorosos da revisão da Lei de Anistia - comentários e artigos enviados, por quem quer que seja, por mais contrários que sejam à minha opinião, serão imediatamente publicados).
Tenho bastante criticado a presidente Dilma. Hoje é dia de elogio: alto, largo, claro e retumbante elogio. A mulher tem coragem de mamar em onça. Esta coragem de enfrentar a patrulha esquerdo-populista-demagógica é, podem acreditar, igual àquela com que enfrentou a prisão e a tortura.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A mulher não recebeu a mulher

Defensora dos Direitos Humanos, muito especialmente defensora dos Direitos das Mulheres, Prêmio Nobel da Paz em 2003, Shirin Ebadi veio ao Brasil. Queria ser recebida pela presidente Dilma, mas a presidente não a recebeu. Shirin Ebadi foi a primeira mulher juíza no Iran, foi a primeira a presidir um tribunal legislativo, enfrentou o regime ditatorial dos aiatolás, terminou no exílio. Dilma Roussef enfrentou uma ditadura, foi perseguida, presa e torturada, mas não quis receber uma exilada de outra ditadura. A presidente mulher não recebeu a exilada mulher.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Sigilo eterno

Os ex-presidentes José Sarney e Fernando Collor querem impedir a quebra do "sigilo eterno" dos documentos de governo considerado secretos. Sarney se diz preocupado com questões diplomáticas referentes ao estabelecimento das fronteiras brasileiras. Com efeito: e se fica provado que o Barão do Rio Branco arrancou o Acre do território da Bolívia a preço de um cavalo? Consta que o cavalo era de boa raça, mas mesmo assim poderia ser motivo suficiente para a Bolívia declarar guerra. E não é só isso: pensem em quanta coisa cabeluda e inconveniente poderia aparecer lá no nosso passado distante. Imaginem se fica demonstrado que Dom Pedro I, que comia tudo, comeu também a mulher do embaixador da Inglaterra? Que baita crise diplomática; como se não bastasse a crise com a Itália por causa do Cesare Batistti. Pode ser que Sarney e Collor não estejam preocupados com o passado distante, mas com um passado próximo capaz de comprometer suas biografias. Mas, então, será de se perguntar: Sarney e Collor ainda têm podres a esconder?

segunda-feira, 13 de junho de 2011

FOGO! ANISTIA! BRASIL SEM MISÉRIA!

Não é para anistiar o fogo. O fogo deve continuar sob severo controle. É para anistiar os bombeiros do Rio de Janeiro. Anistiados, devem continuar em campanha e servir de exemplo para trabalhadores de todo o país. A campanha dos bombeiros cariocas, por justa e urgente, tem condições de incendiar o Brasil (no melhor sentido metafórico). Eles reivindicam piso salarial de 2.000 reais. Ganham menos de 1.000 reais: uma miséria. Os policiais militares também ganham uma miséria. Os professores do ensino básico também ganham uma miséria. Então: Piso Nacional de 2.000 Reais para os Bombeiros + PEC 300 + Piso Nacional dos Professores = Luta Unificada por um BRASIL SEM MISÉRIA.

sábado, 11 de junho de 2011

Heróis de Cuba

Gosto de polêmicas. De acompanhar e, mais ainda, de participar. Vou aceitar uma cobrança de pessoas que admiro muito; daí, iremos à polêmica.
Recebi, via e-mail, algumas mensagens contendo matéria de Denise Ritter sobre um "julgamento simulado" realizado por um "Tribunal de Consciência" no Rio Grande do Sul. Esse "Tribunal" absolveu cinco cubanos presos nos Estados Unidos por alegados crimes de espionagem: Gerardo Hernández, René González, Antonio Guerrero, Ramón Labañino e Fernando González. Uma dessas mensagens foi enviada pelo meu amigo Alexandre Guedes, mas repassando mensagem do bravo militante socialista Jonas Araújo. Esse ardoroso defensor da Revolução Cubana, na sua mensagem, faz esta cobrança, em caixa alta:

"ONDE SE ENCONTRAM NESSA HORA, OS (AS) GRANDES PALADINOS (AS) DA DEMOCRACIA, QUE TANTO CRITICAM O REGIME CUBANO?".

Sendo que me considero paladino da democracia - embora dos mais modestos - e havendo bastante criticado a ditadura dos irmãos Castro, respondo por mim: estou encaminhando a mensagem para publicação no Portal 100 Fronteiras. Os cinco cubanos são referidos como heróis. Que sejam; e que sejam libertos. Mas não serão mais heróis do que Orlando Zapata Tamayo, morto nas prisões de Cuba após 85 dias de greve de fome, em fevereiro de 2010. Não serão mais heróis do que Guillermo Fariñas, seguidamente detido pela polícia cubana por causa da sua luta em defesa da liberdade dos presos de consciência da ditadura cubana. Nenhum desses, que são muitos, serão menos heróis do que os cinco cubanos presos nos Estados Unidos. Permito-me devolver a pergunta, de forma ampliada:

ONDE SE ENCONTRAM E ONDE SE ENCONTRAVAM OS DEFENSORES DO REGIME CUBANO NAS HORAS, DIAS, MESES, ANOS E DÉCADAS EM QUE OS DIREITOS DE LIBERDADE FORAM SISTEMATICAMENTE ESMAGADOS PELA DITADURA DE FIDEL CASTRO?

Façamos um "julgamento" ampliado, não seletivo. Vamos defender a liberdade dos prisioneiros de consciência de qualquer parte do mundo. Espero resposta de Alexandre Guedes, intrépido defensor dos Direitos Humanos. Espero resposta de Jonas Araújo. Espero resposta, comentários e participação de todos quantos se interessem pela Liberdade e pelos Direitos Humanos.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Escolinha do MEC

- Bons dia!
- Bons dia!, fessôra.
- Hoje a gente vamos fazer prova oral falada, sobre vários assuntos variados. Vou chamar por ordem analfabética: Ostinho?!
- Veeeeeeeenha!
- Ostinho, quanto é 10 menos 7?
- 10 menos 7 é 4, fessôra.
- Isso. E 16 menos 8, quanto é?
- 16 menos 8 é 6, fessôra.
- Certou de novo. Mas essas foi fárcio, agora vai uma dirfício. Me digue: com quantos grau ferve o ângulo reto?
- O ângulo reto ferve a 90 graus celsos, fessôra.
- Na mosca. Agora, pra tirá 10, me digue: por que esses grau de medição se chama-se celsos?
- Porque foram inventado pelo grande brasileiro Celsos Furtado.
- Esse minino sabe tudo. Nota 10. Vou xamar o próssimo, sempre por ordem analfabética: Gelzinha?!
- Aqui, fessôra.
- Gelzinha, vou perguntar geografia porque sei qui tu é bamba no assunto.
- Pode vim quente qui eu tô felvendo.
- Pois me digue: qualé a capital do Peru?
- A capital do Peru é a galinha, fessôra.
- Resposta muito criativa. Nós tinha decorado qui era Lima. Mas as decoreba num tá cum nada. E as capital véve tudo mudando de nome e de lugar.
- Permite uma parte, fessôra.
- Aqui num é o Senado, Ostinho; mas digue.
- Tem uma capital qui nunca mudou.
- Qualé?
- A do Equador. A capital do Equador é Quito; nunca mudou, é sempre Quito.
- É mermo, eu tinha sisquicido. Mas fique quéto qui eu tô perguntando pra Gelzinha. Gelzinha, e qualé a capital do Brasil?
- A capital do Brasil é a Zona Franca, fessôra.
- Certíçimo. Resposta sagaz. Agora, a úrtima, pra tirá 10. Quem discubril o Brasil?
- Quem discubril o Brasil foi o prisidente Lula, fessôra.
- Isselente, Gelzinha. Nota 10. Ô minina intiligente da mulesta! Terminou a aula, vocês pode sair pra fora.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Primeiro dia de aula: "Nós pegou Palocci"

Primeiro dia de aula:

- Fessôra Norma, nós pode dizer: "nós pega o peixe"?
- Claro que pode, Ostinho; mas tenha cuidado com o preconceito linguístico.
- Então, fessôra, nós também pode dizer: "nós pegou Palocci"?
- Poder, pode; mas precisa explicar melhor, contextualizar. Quem pegou Palocci? Por que pegaram Palocci? Quem é Palocci?
- Palocci é um peixe grande, fessôra; um tipo de robalo. Robalo-flecha, que é o maior dos robalo: um robalão. O robalo é peixe de água salgada, gosta de águas profundas, calmas, barrentas e sombreadas. Pra de comer, gosta de peixe pequeno, camarão e caranguejo; tudo acompanhado de vinho Romanée-Conti.  Quem pegou o peixe robalo Palocci foi nós, o povo; nós, a opinião pública; nós, a imprensa; nós, os blog; nós que navega na internet.
- Ótimo! Contextualizou bem. Só falta esclarecer o motivo: por que pegaram Palocci?
- Fessôra, quem devia pegar Palocci era o Ministério Público, mas o Procurador Geral da República afrouxou. Aquele gordinho, peixinho baiacu, que é a cara do Jô Soares. O gordinho baiacu deu ré prá trás, dizendo que peixe também tem o direito de ficar rico, e coisa e tal. Nós pegou o peixe Palocci robalo porque ele tava fazendo negócios esquisito e escuso com os tubarão. Nós chamou ele na chincha e ele não deu explicação, ficou só rolando o lero. Nós não gostemos da conversa dele e nós balancemos as águas do mar. Tanto que a Dona do Mar entendeu que não convém peixe robalo nas suas águas e expulsou o Palocci robalo da casa.
- Que casa?
- Uma Casa que se chama Civil, mas que, vez por outra, parece a casa de Noca.
- E agora, para onde vai o peixe Palocci robalo?
- Vai morar no fundo do mar, num palácio que comprou por vinte milhão aos tubarão.
- Então vocês não pegaram ele.
- É verdade, fessôra, nós só tirou ele da toca. Agora é com os homem (pronuncia-se "uzômi") da Poliça Federá.
- Está bom, Ostinho. Ficou bem contextualizado. Nota 10 pra você.
- Só mais um coisa, fessôra Norma: eu tô falando errado direitinho?
- Está aprendendo. Pra falar errado certo, é preciso estudar muito. Mas achei lindo quando você disse "nós que navega". Navegar é preciso, norma culta não precisa. De norma, aqui nesta escola, basta eu.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Os "extremamente marxistas" e o "Budalocci"

O PT de Ribeirão Preto solidarizou-se com Palocci e divulgou nota dizendo que a riqueza do ministro "corresponde ao trabalho realizado de forma eficiente". Sem dúvida, Palocci é um burguês tarimbado, um capitalista eficiente. Mas ele não é do Partido dos Trabalhadores? Não devia ser socialista? Se algum dia o PT foi Partido dos Trabalhadores, no  sentido histórico político-ideológico, deixou de ser faz tempo. Todavia, a aura socialista interessa ao PT: é um excelente marketing. Palocci está levando a aura socialista do PT para o ralo. Que Palocci traficou influência, parece; mas falta provar. Que Palocci botou no bolso sobras de campanha, parece; mas falta provar. Agora, que Palocci é burguês e capitalista, não só ele próprio reconhece, modestamente, como amigos e correligionários o elogiam pelas façanhas empreendedoras na selva das finanças; como é o caso dos petistas de Ribeirão, que lhe louvam a eficiência. Nem todos, diga-se. Uma corrente, O Trabalho, absteve-se. O presidente do PT local, Pedro de Jesus Sampaio, saiu-se com esta pérola: "Eles se abstiveram porque são extremamente marxistas, acham que a riqueza é injusta e fruto da apropriação do excedente do trabalho". Não cola. Marxistas extremados não são de se abster: diante de burgueses, não vacilam: fuzilam. Palocci tornou-se símbolo da prosperidade burguesa. Alastra-se na internet a corrente "Budalocci" (um Buda com cara de Palocci), que promete multiplicar por 20 o patrimônio daqueles que não a quebrarem.
Palocci: milionário com consultorias. Zé Dirceu: milionário com consultorias. Lula: milionário com palestras. Os petistas graúdos aburguesaram-se, estão podres de rico, por cima da carne seca, gastando à tripa-forra, comendo tudo e tomando todas, vivendo nababescasmente. Não lhes nego o direito, mas o PT podia acabar com o papo furado marxista: parar de falar mal do capitalismo, da burguesia, das "elites".
"Extremamente marxistas"? No PT? Só se for de sacanagem.

domingo, 5 de junho de 2011

Receba a mulher, mulher!

Logo ao assumir o Governo, a Presidente Dilma elevou o Brasil a uma postura de coragem e dignidade em relação aos Direitos Humanos. Tal postura havia sido rebaixada pela dupla Lula-Celso Amorim à conveniência dos ditadores amigos, como o iraniano Ahmadinejad. Nesse caso, Dilma não aceitou respaldar crimes praticados pela ditadura do Iran, como a lapidação de mulheres, acusando tal pena de "ato bárbaro". Com efeito, contra tal ignomínia já se erguera Jesus Cristo, há 2.000 anos. Será, portanto, um lamentável retrocesso se a Presidente brasileira não receber a iraniana Shirin Ebadi, que virá terça-feira ao Brasil e solicitou a audiência, dizendo: "Se Dilma defende os direitos humanos e as mulheres, ela me receberá". Advogada, primeira iraniana a ser nomeada juíza, primeira iraniana a presidir um tribunal legislativo, formidável defensora dos direitos humanos, Shirin Ebadi recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2003, foi perseguida pela ditadura iraniana e saiu do Iran, tornando-se a principal voz da resistência no exílio. Não tem como não receber. Porém, ai porém..., fontes do Governo Brasileiro estão divulgando a recusa em receber a Prêmio Nobel com uma desculpa de fazer chorar: se a recebesse, Dilma estaria enviando a "mensagem errada". Por Santa Tereza de Calcutá!, o que pode haver de errado em nossa Presidente mulher, heroína de uma luta contra uma ditadura, receber outra mulher, heroína de outra luta contra outra ditadura? Anuncia-se que quem deve receber Shirin Ebadi em Palácio é Marco Aurélio Garcia. Não devia. Garcia é um entusiástico bajulador de ditadores. Seria um escárnio. Tudo indica que, no campo dos Direitos Humanos, está havendo um cerco a Dilma para que ela recue das posições desassombradas que tomou no início do Governo. Marco Aurélio Garcia faz parte desse cerco, talvez o comande. Resta-nos torcer para que a Presidente permaneça firme na defesa das mulheres e dos Direitos Humanos, mandando o gordo Garcia para o raio que o parta. Torcer e fazer campanha: RECEBA A MULHER, MULHER!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Miséria miserável

O Programa Brasil sem Miséria, lançado pela Presidente Dilma no dia 2 de junho, é meritório, merece o apoio de todos. Porém, ai porém... Não deveria iludir. A linha de corte para a miséria foi fixada em 70 reais por mês, per capita. Não sei por qual critério, nem sei se o ministro Palocci - que estava sorridente ao lado de Dilma durante o lançamento do Programa - foi um dos arquitetos. Trata-se, de qualquer modo, de uma artimanha bisonha que visa dimuir, conceitualmente, o número de miseráveis para efeito de mais facilmente erradicar a miséria. Miséria abaixo de 70 reais é miséria tão miserável que nem se concebe. Todo mundo sabe que quem "sobrevive" com 70 reais por mês, não sobrevive;  não é miserável, é esqueleto, defunto, já morreu. Façamos as contas. Para facilitar, e como gesto de boa vontade, vamos arredondar o limite da miséria para 100 reais. O pobre não miserável, geralmente, não tem casa própria (por isso, o sonho da casa própria), então terá de pagar aluguel. O que o ex-miserável, ascendendo à pobreza, conseguirá alugar por 50 reais que não seja uma loca? Digamos que consiga: uma morada muito pobre, mas digna. O pobre não miserável deve fazer, quando não três, pelo menos duas refeições ao dia, a mais frugal possível: pão com margarina e café sem leite, pela manhã; feijão com farinha e rapadura (nada de carne), valendo por almoço e janta. Inclua-se o gasto com combustível, pois pobre tem de cozinhar a própria comida, não podendo se dar ao luxo de comer fora. O ex-miserável, novo pobre, não conseguirá fazer duas parcas refeições diárias sem gastar, por mês, digamos, 50 reais. Acabou o dinheiro. Para que fosse pobre, mas não miserável, o imaginado cidadão deveria ainda: a) ter algum asseio - sabonete, pasta de dente, papel higiênico; b) trajar roupa que não seja trapo; c) locomover-se no transporte mais barato - ônibus; ter o mínimo de lazer (se não, é melhor morrer). Nem com 200 reais. Nem com 300 reais. Querem saber? O salário mínimo de 545 reais ainda é uma miséria. Insisto em que o Programa Brasil sem Miséria é meritório. Entretanto, ainda que plenamente realizado, não terá atingido a nobre meta de erradicar a miséria, que ficará escondida sob outro nome. Enfim, devemos apoiar o Programa, mas não devemos aceitar a mentira. O Governo Dilma, aliás, acertaria duas vezes se fizesse a coisa certa pela via verdadeira.  

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Dilma: "É a Vez da Mulher"

Estou torcendo pelo sucesso do Governo Dilma, inclusive porque ela é mulher. Eu sou um mulherista fanático. No Brasil, disse a campanha de Dilma, "É a Vez da Mulher". No mundo, digo eu. Acho mesmo que o melhor índice de progresso social é a participação da mulher. Olhem para o mundo: onde as mulheres estão excluídas, submetidas a sistemas de escravidão ou semi-escravidão, o atraso impera. As mais pujantes sociedades avançam com e pela participação da mulher. Saudei a política internacional do Governo Dilma, que rompeu com a linha anterior, Lula-Celso Amorim, de bajulação de ditadores, e firmou a posição do Brasil em defesa dos Direitos Humanos. No poder, via de regra (apropriada expressão), a mulher tem dado certo: Margareth Thatcher, na Inglaterra; Michelle Bachelet, no Chile; Angela Merkel, na Alemanha. No Brasil, Dilma precisa dar certo. Agora, Dilma tem de governar. Ao ex-presidente Lula ela deve reconhecimento, gratidão e respeito. Obediência, não deve não. Presidente - ou Presidenta - não pode se deixar tutelar por ninguém. Nem precisa de super-ministro. Que tenha bons ministros, competentes e decentes, estará de bom tamanho. Antonio Palocci era o super-ministro de Dilma. Deu no que está dando: o governo em crise. Lula veio a Brasília por ordem na casa. Não podia nem devia. Devia mais era ter ficado na casa dele, lá em São Bernardo. Lula conclamou petistas e aliados em defesa da permanência de Palocci no cargo, reuniu a tropa, deu voz de comando: humilhação completa para a Presidente. Lula passou o trator: "Se tirar o Palocci, o governo dela vai se arrastar até o final". É o contrário: o Governo Dilma começou a se arrastar quando ficou refém das explicações de um ministro que não as dá. Não dará nunca, porque não as tem que preste. Só há um caminho para Dilma recompor sua autoridade: demitir Palocci e dispensar Lula. Este tem grandes chances de voltar ao poder nas eleições de 2014 ou 2018. Até lá, que cuide do Instituto Lula, trate de ganhar dinheiro com palestras, vá passear na praia ou assistir jogo do Coríntians. Por enquanto, fará um favor à nação se deixar a Dilma Governar. Afinal, "É a Vez da Mulher".